"Ou mantemos a identidade que nos trouxe até aqui, ou continuamos a ser o grito de revolta de um povo que deixou de acreditar há muitos anos, ou continuamos a ser a voz daqueles que já não tinham voz e que acreditaram que era possível mudar ou, se nos vendemos ao sistema, acabaremos na praia onde todos acabam", afirmou André Ventura num jantar comício, com mais de quatro centenas de militantes e apoiantes do partido.
"Nós não nos poderemos moderar, nós nunca nos poderemos vender a nenhum partido do sistema, senão teremos o mesmo destino desses partidos", reforçou o presidente do Chega, referindo-se ao CDS-PP.
Numa noite de ataques aos outros partidos, Ventura criticou o CDS-PP por "ter perdido a sua identidade e de ter vendido a sua alma ao diabo", tendo como resultado o "destino de estar fora da Assembleia da República".
Dirigindo-se ao PSD, defendeu que se os sociais-democratas tivessem "perdido menos dias a falar do Chega, talvez o PS não tivesse maioria absoluta".
Quanto ao Bloco de Esquerda, ao reduzir de 19 para cinco o número de deputados eleitos para a Assembleia da República, está com "a maldição de desaparecer" do Parlamento, ao atingir o número de eleitos que o CDS-PP teve na última legislatura.
Sobre o PS, "queira ou não António Costa reunir-se com o Chega", o partido de André Ventura "não deixará que o caso de José Sócrates se repita em Portugal", afirmou.
"Eles podem ter a maioria a maioria absoluta que quiserem, mas ninguém compra o coração dos portugueses", disse Ventura, referindo-se aos 400 mil votos dos portugueses no Chega nas últimas eleições legislativas.
"Dizem que somos extremistas e populistas, porque dizemos o que as pessoas querem ouvir, mas não. Somos é a voz das pessoas que andaram anos na abstenção ou votavam em partidos do sistema sem convicção", rematou André Ventura.
Nas legislativas antecipadas de 30 de janeiro, o PS venceu com maioria absoluta, com 41,7% dos votos e 117 dos 230 deputados em território nacional -- faltando ainda atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, numas eleições em que o Chega se tornou a terceira força política e CDS-PP e o PEV perderam representação parlamentar.
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