"Não foi feito tudo o que devia ter sido feito na prevenção, nem na coordenação, nem no alerta", afirmou a vereação do BE, em comunicado, após ter questionado o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), sobre a resposta do município às inundações registadas na quarta-feira à noite, em resultado da chuva forte e persistente.
O Bloco acusa a Câmara de Lisboa de "falta de coordenação", referindo que "nem tudo correu bem" no apoio às populações afetadas pelas cheias na cidade.
"Os danos humanos, sociais e económicos podiam ter sido menores com melhor coordenação da Câmara Municipal de Lisboa. Por isso, o Bloco solicitou a Carlos Moedas um relatório com a linha do tempo do que aconteceu na quarta-feira", lê-se no comunicado.
Neste âmbito, o BE irá entregar, na terça-feira, um requerimento formal a solicitar um relatório técnico às cheias registadas na semana passada.
Além das inundações, o Bloco manifestou-se contra a proposta de um concurso público, com publicidade internacional, para a "Elaboração do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Lisboa", pelo valor máximo de 424.350 euros, com IVA incluído, que foi aprovada hoje, em reunião privada do executivo camarário, com um voto contra do BE, uma abstenção da vereadora independente eleita pela coligação PS/Livre Paula Marques e os votos a favor dos restantes eleitos, designadamente sete da liderança PSD/CDS-PP (que governa sem maioria absoluta), cinco do PS, dois do PCP e um do Livre.
A proposta foi apresentada pelo vereador da Mobilidade, Ângelo Pereira (PSD), que referiu que os serviços da Câmara Municipal de Lisboa (CML) "não têm capacidade técnica" para a elaboração do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Lisboa, argumento que o BE não concorda.
"Os serviços de urbanismo e mobilidade têm toda a competência e capacidade técnica e não se compreende este concurso de quase meio milhão de euros a uma empresa privada, quando a CML tem capacidade de o fazer", apontou o Bloco, justificando o voto contra, a que se juntam as críticas à falta de avanço na construção de ciclovias previstas e na implementação da zona de emissões reduzidas (ZER).
Para o BE, a CML podia fazer o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Lisboa, com os serviços municipais, "de forma célere e menos dispendiosa".
Apesar de votar contra o concurso público, o Bloco de Esquerda ressalvou que há a possibilidade de uma votação diferente face ao concreto do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, quando o mesmo for a reunião de CML.
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