Num comentário à mensagem presidencial, distribuído em vídeo pelo partido, o presidente do Chega, André Ventura, realçou a importância de Marcelo Rebelo de Sousa não querer "ser um fator de instabilidade", mas deixou uma crítica forte porque "foge aos temas que preocupam os portugueses", como a "enorme crise política" com sucessivas demissões no executivo.
Com os portugueses a "sentirem o Governo em desagregação e tanta corrupção a vir ao de cima em todos os setores da sociedade", Ventura afirmou que "exigia-se um Presidente que desse um alerta vermelho ao Governo, um alerta de que este estado de coisas não pode continuar".
Daí, chegar à conclusão que Marcelo optou por não fazer esse "alerta vermelho" e fazer com que o Governo se sinta "mais uma vez impune e com mãos livres para fazer o que entender".
Em menos de três minutos, o líder do Chega referiu-se às "11 demissões em nove meses", nomeadamente à mais recente, do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, devido à indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à agora ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis.
O país, afirmou, vive "assolado pela inflação e pela crise económica, os portugueses não estão a gostar de ver casos atrás de casos de corrupção, de compadrio, de dinheiros mal distribuídos, sem uma mensagem firme do Presidente da República, sem um alerta vermelho".
Na sua mensagem de Ano Novo, o Presidente da República alertou hoje que Portugal entra em 2023 obrigado "a evitar que seja pior do que 2022", que "não foi o ano da viragem esperada".
Marcelo Rebelo de Sousa avisou ainda que só o Governo e a sua maioria "podem enfraquecer ou esvaziar" a estabilidade política existente em Portugal, considerando que a maioria absoluta dá ao executivo "responsabilidade absoluta".
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