Comissão de Inquérito? "Da TAP concluiu-se não sei o quê"
Manuela Ferreira Leite entende que na CPI à TAP não houve "propriamente um pensamento sobre o que é a TAP, os problemas da TAP ou o futuro da TAP". Já sobre a audição de Pedro Nuno Santos, que "tem veia de ator", concluiu-se que "não existe um primeiro-ministro" e que "cada um dos ministros anda à solta".
© Reuters
Política Ferreira Leite
A antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite afirmou, esta quinta-feira, não saber o que se concluiu sobre a TAP na Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) à companhia aérea, considerando que a maior parte das audiências tiveram como foco "episódios laterais".
Em declarações na CNN Portugal, Manuela Ferreira Leite foi interrogada sobre a finalidade das longas horas vividas nesta CPI, tendo a social-democrata criticado a forma como a mesma decorreu.
"Da Comissão de Inquérito da TAP concluiu-se não sei o quê. Porque aquilo que se analisou, o sumo de, praticamente, todas as audiências, foram episódio laterais, que mostram que efetivamente não há propriamente um pensamento sobre o que é a TAP, os problemas da TAP ou o futuro da TAP", disse.
Abordando a audição de Pedro Nuno Santos, que foi hoje ouvido na CPI, Manuela Ferreira Leite considerou que o ex-ministro das Infraestruturas "tem veia de ator".
"Vimos hoje um ex-ministro das Infraestruturas a representar muito bem o seu papel. Eu acho que ele tem veia de ator. Porque, evidentemente, disse coisas absolutamente inesperadas", afirmou.
"Disse tudo e o seu contrário, mostrou-se para um lado e mostrou-se para outro", acrescentou.
No entanto, para a social-democrata, "tudo isto" acaba por transmitir a ideia de que "não existe um primeiro-ministro".
"Mas uma coisa eu reparei. Só mesmo a acabar a sessão é que [Pedro Nuno Santos] falou do primeiro-ministro. A ideia que nos transmitiu tudo isto é que, efetivamente, não existe um primeiro-ministro. Portanto, os ministros falam absolutamente autonomamente, como se não houvesse uma orientação, como se não houvesse um cúpula, como se não houvesse alguém acima deles a quem tivessem que dar satisfações", defendeu.
Interrogada sobre se Pedro Nuno Santos sai com mais força desta audição, Manuel Ferreira Leite reforçou: "Nem com mais nem com menos, ignora que existe um primeiro-ministro. Ignora os problemas da TAP, que acabamos por não saber exatamente no que é que consistem – nós sabemos, mas não foram debatidos na CPI. Em todo o caso, nunca se ouve falar no primeiro-ministro. Cada um é verdadeiramente autónomo".
Desta forma, a antiga líder do PSD diz que retira desta audição o que já retirou "de outros episódios": "cada um dos ministros anda à solta".
"Portanto, a ideia que eu retiro, muito forte, é aquela que já tenho retirado por outros episódios: cada um dos ministros anda à solta, cada um dos ministros é autónomo e o primeiro-ministro nem se ouviu. Nem eles pronunciam o nome dele, nem ele se pronuncia sobre nenhum dos aspetos", frisou.
"Pelos vistos, é um assunto que é setorial, é um problema do ministro, neste caso um problema do ex-ministro, e agora passará a ser do atual ministro. Não é um problema do país, não é um problema do Governo e muito menos é um problema do nosso futuro", criticou.
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