"A rede de corrupção está instalada na Defesa há anos. E não só"
A ex-deputada Ana Gomes lembrou que a "PGR arquivou, alegando prescrição, o caso mais clamoroso que contribuiu para a quase bancarrota do país, em 2010/11", referindo-se ao caso dos submarinos.
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Política Ana Gomes
A ex-deputada Ana Gomes reagiu, esta sexta-feira, à mais recente polémica que envolve o Governo, nomeadamente o agora ex-secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, que foi constituído arguido por suspeitas de corrupção e participação económica em negócio.
Numa publicação, na rede social Twitter, a antiga candidata presidencial afirmou que "a rede de corrupção está instalada na Defesa há anos", mas também noutros locais, como na Procuradoria-Geral da República (PGR).
"A rede de corrupção está instalada na Defesa há anos. E não só", começou por referir a socialista, acrescentando que "por isso, a PGR arquivou, alegando prescrição, o caso mais clamoroso que contribuiu para a quase bancarrota do país, em 2010/11".
"Dois submarinos por mil milhões, dezenas deles a ir parar a Ricardo Salgado e capangas no BES/Rio Forte…", atirou, referindo-se ao pagamento de 27 milhões de euros à Escom - uma empresa do Banco Espírito Santo - em comissões pela compra de dois submarinos, em 2004.
Rede #corrupção está instalada #Defesa há anos. E não só. Por isso #PGR arquivou, alegando prescrição, caso mais clamoroso q contribuiu p/ quase-bancarrota país 2010/11: 2 #submarinos por mil milhões, dezenas deles a ir parar a Ricardo Salgado e capangas no #BES/Rioforte… https://t.co/mxa5AagtRM
— Ana Gomes (@AnaMartinsGomes) July 7, 2023
Sublinhe-se que a mais recente polémica no Governo envolve o Ministério da Defesa. Esta sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, apresentou ao Presidente da República a proposta de exoneração do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, a pedido do próprio, que foi aceite por Marcelo Rebelo de Sousa.
O secretário de Estado da Defesa demissionário foi, entretanto, constituído arguido no âmbito do processo "Tempestade Perfeita", que levou hoje a Polícia Judiciária a fazer buscas no Ministério da Defesa.
Marco Capitão Ferreira assumiu o cargo de secretário de Estado da Defesa quando o atual Governo tomou posse, em 30 de março de 2022.
O Expresso noticiou hoje que o secretário de Estado da Defesa admitiu Miguel Fernandes, ex-administrador do Alfeite, para assessor da administração da 'holding' da Defesa, IdD Portugal Defence, mas que o gestor nunca foi visto a exercer essas funções.
Na quarta-feira, o parlamento aprovou a audição de Marco Capitão Ferreira para prestar esclarecimentos sobre um contrato de assessoria que o próprio assinou com a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) antes de assumir o cargo de secretário de Estado.
A audição, pedida pelo Chega, foi aprovada na Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da República com a abstenção do PS. Com a mesma votação, foi aprovado um requerimento do PSD a solicitar documentação referente a este contrato.
Em causa está um contrato de assessoria assinado em 25 de março de 2019 entre Marco Capitão Ferreira e a DGRDN, à data liderada por Alberto Coelho - um dos envolvidos na operação judicial 'Tempestade Perfeita' - com uma vigência de 60 dias e no valor de 50 mil euros mais IVA.
Em junho, a Iniciativa Liberal já tinha questionado o Ministério da Defesa sobre se Marco Capitão Ferreira tinha acumulado essa assessoria com o cargo que assumiu em abril desse ano na empresa Empordef - Empresa de Defesa e se teria sido violado o estatuto do gestor público.
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