"O estado da nação é um estado de empobrecimento de milhões de portugueses", afirma Miranda Sarmento.
Em declarações à Lusa a propósito do debate sobre o Estado da nação, quinta-feira no parlamento, o líder parlamentar social-democrata considera que "a maioria das famílias portuguesas passou a ter muitas mais dificuldades em pagar as suas contas, em fazer face aos seus compromissos, em pagar a prestação do crédito à habitação".
"É um empobrecimento dos rendimentos das famílias, mas é também um ano e meio de um aumento da carga fiscal e da receita de impostos do Estado como nunca tinha acontecido no passado", critica.
Miranda Sarmento refere que "as famílias que estão cada vez mais sujeitas ao empobrecimento e que pagam cada vez mais impostos também têm, do lado do Governo, cada vez piores serviços públicos, seja na saúde, na educação, nos transportes, na justiça, na segurança e até na defesa".
O deputado do PSD apontou igualmente que o primeiro-ministro e o seu executivo têm estado enredados "nas suas próprias contradições, nos seus casos, nos escândalos, nas trapalhadas", acusando António Costa de não ter "capacidade de pôr ordem interna no Governo" e "capacidade de governar o país e fazer as reformas que o país precisa".
E aponta que existem "todas as condições para o fazer: maioria absoluta, fundos europeus, como também nunca houve em Portugal, uma estabilidade que só não vem é do Governo, porque infelizmente o primeiro-ministro está sempre a correr atrás de problemas, atrás de escândalos, atrás de demissões, atrás de situações menos claras".
Joaquim Miranda Sarmento apela ao Governo que reduza a carga fiscal das pessoas e indica que o PSD vai voltar a propor, no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano, "a criação de um IRS jovem, com uma taxa máxima de 15%" para jovens até aos 35 anos, bem como "uma redução das taxas de imposto".
No que toca à "melhoria dos serviços públicos", o líder parlamentar social-democrata defende que é preciso fazer mais ao nível da saúde e da habitação, apontando que o partido tem apresentado propostas nesse sentido.
Joaquim Miranda Sarmento defende ainda que "é preciso resolver os problemas nas escolas, do conflito com os professores, e recuperar as aprendizagens destes últimos três anos", que foram afetadas "primeiro com a pandemia e este ano com as greves e com toda a instabilidade que se viveu e se vive nas escolas".
"Estas são as prioridades do PSD desde há um ano a esta parte, com a nova liderança do dr. Luís Montenegro. Apresentámos um programa de emergência social logo no início de setembro, apresentámos as prioridades para o Orçamento, o programa de habitação em fevereiro, o programa de saúde agora em junho e, portanto, estas continuarão a ser as prioridades do PSD", salienta.
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