O antigo líder do Partido Social Democrata (PSD) Luís Marques Mendes, afirmou, este domingo, que a saída do atual ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, do Governo é "inevitável". Em causa estão as recentes polémicas que envolvem o ministro quando tutelava a pasta da Defesa.
"O ministro está 'envolvido' em vários casos de corrupção no Ministério da Defesa quando era ministro da Defesa no governo anterior. Claro que não há sinal nenhum de atos de corrupção praticados pelo ministro. Sejamos francos e honestos", começou por referir no seu habitual espaço de comentário no Jornal da Noite da SIC, ao comentar que foi o "ministro que esteve menos bem" ao longo da última semana.
O comentador político considerou que o "problema" de João Gomes Cravinho foi a sua "negligência". "[É] Muita negligência por parte de um ministro a dar cobertura a um conjunto de pessoas que tem suspeitas brutais de corrupção", justificou.
"Acho que este ministro é uma questão de tempo até sair. Vai ter de sair. Vai ser praticamente inevitável", acrescentou.
Para o social-democrata, a situação para o ministro dos Negócios Estrangeiros "vai apertar" e tornar-se "inevitável".
Em causa, sublinhe-se, está uma notícia avançada pelo jornal Expresso, na edição de sexta-feira. A publicação noticiou que um dos arguidos no caso Tempestade Perfeita, Paulo Branco, à época responsável financeiro na Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, implicou João Gomes Cravinho no caso do contrato de assessoria no valor de cerca de 50 mil euros celebrado com Marco Capitão Ferreira.
Numa reação entretanto divulgada, o ministro dos Negócios Estrangeiros repudiou de forma "veemente e inequívoca" qualquer ligação a alegados casos de corrupção na Defesa, reiterando não ter estado envolvido no polémico contrato com o ex-secretário de Estado da da pasta Marco Capitão Ferreira.
Na nota do ministério, o anterior titular da pasta da Defesa afasta mais uma vez a ideia de ter estado envolvido no contrato celebrado entre a Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional e Marco Capitão Ferreira.
Segundo o semanário, Paulo Branco declarou que o então ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, "tinha concordado" ou até "pedido" para se fazer um contrato de assessoria com Capitão Ferreira para o compensar e "pôr as contas em dia" pelos trabalhos realizados numa "comissão fantasma" que funcionava na órbita do seu gabinete.
Esta acusação é negada por João Gomes Cravinho ao Expresso.
Já num comunicado enviado à imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros reitera as respostas ao jornal e volta a divulgar declarações públicas sobre o caso, prestadas em sede parlamentar.
"Repudio de forma veemente e inequívoca a sugestão feita na manchete do jornal Expresso", afirmou João Gomes Cravinho.
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