PS? Eleitores "não parecem disponíveis para renovar confiança política"

Vital Moreira fez um balanço da governação de António Costa e considerou o trabalho do governo como "globalmente muito positivo".

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Notícias ao Minuto
29/11/2023 08:51 ‧ 29/11/2023 por Notícias ao Minuto

Política

Vital Moreira

O antigo eurodeputado Vital Moreira considerou, na terça-feira, que o trabalho feito pelo Governo nos últimos anos teve um saldo "globalmente muito positivo", embora assuma que os eleitores "não parecem disponíveis para renovar esse mandato de confiança política".

No blogue Causa Nossa, o constitucionalista começa por dizer que no sistema de governação português, a "legitimidade política do Governo decorre das eleições parlamentares" e que estas são um "julgamento do Governo cessante". Vital Moreira reconhece que o "critério decisivo" de avaliação da governação de António Costa é "naturalmente o seu desempenho".

Vital Moreira assume que várias vezes criticou "políticas concretas" do Governo, nomeadamente as "dificuldades em algumas áreas". Mas, apesar disto entende que "o saldo é globalmente muito positivo", realçando o "combate eficaz às sequelas da pandemia, especialmente a inflação, crescimento económico acima da média da UE, aumento do emprego e dos rendimentos, reforço do Estado social, excedente orçamental e redução do peso da dívida pública, reforma das ordens profissionais, o avanço nos processos de localização do novo aeroporto e de arranque do TGV, descentralização territorial, novo programa Simplex de desburocratização da Administração, prestígio do País nas instituições da UE".

"A meu ver, só o mais acrítico sectarismo político pode desqualificar o desempenho geral deste III Governo de António Costa, cujo mandato foi insensatamente interrompido pelo Presidente da República", realçou Vital Moreira.

O antigo eurodeputado afirmou que "em condições normais, o PS deveria ganhar folgadamente estas eleições", mas que avaliando as sondagens "não é bem esse o juízo da maioria dos cidadãos nesta fase".

Vital Moreira explicou que existem "três fatores que podem explicar essa perda de apoio eleitoral", que passam pela "inesperada demissão do Governo", "a saída de António Costa da liderança do PS" e "a incerteza quanto à política de alianças pós-eleitorais do partido".

"Os três meses e meio que faltam até às eleições podem afastar ou, pelo menos, atenuar o impacto destes fatores negativos, mas dificilmente o PS pode fazer incidir o juízo eleitoral somente sobre o seu desempenho governativo", concluiu Vital Moreira. 

Leia Também: Propostas do PSD? "Uma enorme cambalhota política"

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