Pedro Neves, que se apresenta a votos nas legislativas regionais de 4 de fevereiro pelo círculo eleitoral de São Miguel e pela compensação, reuniu-se hoje com o movimento Habitat Açores, em Ponta Delgada, no quarto dia de campanha eleitoral.
No final, exemplificou que "um casal de dois técnicos superiores que ganhe 2.600 euros, os dois juntos, não consegue comprar uma casa pelo preço médio nos Açores, que são 248 mil euros".
"Não há nenhum banco nos Açores que dê crédito a essas pessoas", afirmou Pedro Neves, que defende também a habitação coletiva a custos controlados porque "é uma forma de reduzir o preço e a bolha imobiliária feita pelos especuladores".
Referindo-se aos jovens, defendeu que "não conseguem sair de casa não é porque são desleixados como alguns políticos dizem", mas sim porque "não conseguem comprar uma casa ou arrendar", devendo haver um apoio "tanto para compra da habitação" como para o arrendamento até aos 40 anos.
Por isso, o candidato considerou que se deve adotar um programa habitacional com várias medidas para fazer face ao problema da habitação, subscrito por todos os partidos, não só para os jovens mas para todos os açorianos.
Afirmando ser contra os vistos 'gold' na região, disse que esta é uma matéria em que "existe algo sombrio nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira" e indicou que há partidos na região que os defendem.
O líder do PAN/Açores quer que seja feito "um levantamento de todos os terrenos que o Governo Regional tem", através de um pedido de colaboração das autarquias, desenvolvendo-se protocolos com os municípios para a construção de habitações a preços normais com custos reduzidos, também de IMI.
A diferença de IMI deve ser paga pelo Governo Regional às autarquias, segundo o candidato.
Pedro Neves defendeu ainda que se adote nos Açores o modelo de complexo habitacional coletivo, existente em vários centros urbanos europeus.
O Presidente da República dissolveu o parlamento açoriano e marcou eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.
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