PAN/Madeira recusa "especulações" e só fala "quando houver dados"
A deputada única do PAN/Madeira, Mónica Freitas, que garante a maioria absoluta no parlamento regional ao executivo de coligação PSD/CDS-PP, foi hoje recebida pelo representante da República, mas remeteu declarações aos jornalistas para "quando houver dados".
© Facebook/ PAN Madeira
Política PAN/Madeira
"Não vamos alimentar especulações", afirmou a deputada do PAN no final da audiência, depois da insistência dos jornalistas, respondendo apenas que vai prestar declarações quando "houver dados".
Uma delegação do PAN/Madeira pediu para ser recebida por Ireneu Barreto, no Palácio de São Lourenço, no Funchal. A audiência, que começou às 11:00, durou cerca de 30 minutos.
Na sequência do processo que investiga suspeitas de corrupção na região, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque (PSD), foi constituído arguido, tendo o PAN exigido a sua demissão para manter o acordo de incidência parlamentar que garante maioria absoluta à coligação PSD/CDS-PP, que venceu as eleições regionais de 24 de setembro, elegendo 23 deputados num total de 47 que compõem o parlamento.
O chefe do executivo madeirense formalizou na segunda-feira a sua renúncia ao cargo junto do representante da República, mas Ireneu Barreto decidiu que a mesma não produz efeitos imediatos, apesar de a ter aceitado.
De acordo com o artigo 62.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira, implica a demissão do executivo "a apresentação, pelo presidente do Governo Regional, do pedido de exoneração".
A Comissão Política do PAN já informou aceitar que a demissão de Miguel Albuquerque tenha efeitos apenas após a aprovação do Orçamento do arquipélago para 2024, "em nome da estabilidade".
Quanto ao CDS-PP/Madeira -- parceiro do PSD no Governo Regional - o seu líder, Rui Barreto, numa declaração aos jornalistas na segunda-feira, exigiu a exoneração imediata de Miguel Albuquerque e a indigitação de um novo executivo.
Na quarta-feira passada, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela Polícia Judiciária (PJ) sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, foram detidos o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.
Na sequência deste processo, Pedro Calado renunciou ao cargo de presidente da Câmara do Funchal, função entretanto assumida pela até agora vice-presidente da autarquia, Cristina Pedra.
Em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência, segundo a PJ.
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