O comunicado divulgado esta manhã refere que o presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, vai realizar uma conferência de imprensa na sede regional do partido, também em Ponta Delgada, às 10h00 locais (11h00 em Lisboa).
A estrutura reúne hoje, a partir das 18h30 locais, o secretariado e a comissão regionais para analisar a situação política na sequência das eleições legislativas açorianas de domingo, ganhas pela coligação PSD/CDS-PP/PPM sem maioria absoluta.
A coligação de direita - no poder desde 2020, quando o PS ganhou as eleições, mas perdeu a maioria absoluta que detinha há duas décadas -- obteve 26 deputados, conforme foi já confirmado na Assembleia de Apuramento Geral, e ficou a três eleitos da maioria absoluta.
O PS conquistou 23 assentos no hemiciclo, o Chega obteve cinco, e o BE, a IL e o PAN alcançaram um mandato cada um.
O presidente do PSD/Açores e atual líder do executivo regional, José Manuel Bolieiro, disse que iria governar com uma maioria relativa na nova legislatura e comprometeu-se a "manter um diálogo aberto e conciliador".
Na quarta-feira à noite, em entrevista à RTP 3, sem excluir nenhuma força política de conversações, o governante apelou ao "sentido de responsabilidade dos partidos" e afirmou esperar que o PS assuma um compromisso com a estabilidade.
Quanto ao Chega, referiu, tem "uma nova responsabilidade, porque cresceu e tem de ser elemento da solução e não do problema", pelo que não pode "fazer chantagem".
Ainda antes, na terça-feira, numa mensagem na rede social Facebook, Vasco Cordeiro escreveu que a decisão dos açorianos foi ter o PS na oposição, "com as prerrogativas e responsabilidades que daí advêm"
"É isso que o PS/Açores fará, tendo por 'salutar advertência' - para usar a expressão de Vitorino Nemésio - que aí também se serve o povo açoriano!", declarou o socialista, que foi presidente do Governo Regional entre 2012 e 2020
O representante da República para os Açores, Pedro Catarino, prevê ouvir os partidos políticos com representação na Assembleia Legislativa nos dias 19 e 20 de fevereiro, depois de publicados os resultados oficiais.
De acordo com o número 1 do artigo 81.º do Estatuto Político-Administrativo dos Açores, "o presidente do Governo Regional é nomeado pelo representante da República, tendo em conta os resultados das eleições para a Assembleia Legislativa, ouvidos os partidos políticos nela representados".
O Estatuto indica também que a rejeição do Programa do Governo Regional, que requer maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, implica a demissão do executivo.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano.
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