"O mundo está, como sabem, mal, e promete piorar", começou por dizer Ramalho Eanes aos jornalistas pouco antes de votar na Escola Básica e Secundária Luís António Verney, em Lisboa.
E se ficar pior, "o que é muito provável" Portugal terá, como outros países, problemas económicos e financeiros, problemas de inflação, e até eventualmente problemas militares, avisou.
"Perante uma situação destas há que preparar o país, a economia do país" para que se de facto a situação internacional piorar seja possível uma resposta "salutar, evitando que os problemas sejam maiores e que a população portuguesa, sobretudo como sempre acontece a mais desfavorecida, venha a sofrer muito", disse para justificar a importância das eleições.
Questionado pelos jornalistas, o antigo Presidente da República considerou um "bom sinal" a existência de muitos indecisos, o que quer dizer que os portugueses "não vão votar de maneira clubística" mas sim depois de meditar e de refletir.
"Estou convencido de que a abstenção vai diminuir", disse também.
Nas legislativas anteriores, em 30 de janeiro de 2022, a taxa de abstenção situou-se nos 48,54%, tendo-se verificado uma descida em relação às legislativas de 2019, nas quais a taxa de abstenção atingiu o número recorde de 51,43%.
Ramalho Eanes disse ainda que achou a campanha eleitoral interessante, mas lamentou que não se tenha falado da conjuntura internacional, complexa, dos perigos que daí advém para o país, e do que é necessário para responder da melhor maneira.
As mesas de voto estão abertas até às 19:00 em Portugal Continental e na Madeira, enquanto nos Açores fecham uma hora mais tarde em relação à hora de Lisboa.
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