Governo minoritário? "Não vejo drama, obrigará a ginástica política"

O eurodeputado Paulo Rangel reconheceu que o próximo Governo "vai ter que negociar" e "dialogar no Parlamento", devido à maioria relativa conquistada nas legislativas, no dia 10 de março.

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Joana Duarte
13/03/2024 23:59 ‧ 13/03/2024 por Joana Duarte

Política

Paulo Rangel

O vice-presidente da Comissão Política Nacional do PSD, Paulo Rangel, afirmou, esta quarta-feira, que o Governo de Luís Montenegro "vai sobreviver como qualquer Governo minoritário sobrevive" e que aquilo "que é surpreendente é um Governo de maioria absoluta não sobreviver como aconteceu" com o de António Costa.

O eurodeputado  reconheceu, na Grande Entrevista da RTP, que o próximo Governo "vai ter de negociar no Parlamento, vai ter que dialogar", por não ter conseguido uma maioria absoluta para governar. Questionado sobre se a situação era instável, Paulo Rangel realçou que "todos os Governos são a prazo, porque o máximo que podem durar são 4 anos". Ainda assim, destacou que "alguns duram apenas 18 meses". 

Rangel lançou farpas a António Costa ao considerar que o primeiro-ministro cessante deveria neste momento "estar num certo recato". O político do PSD afirmou que o "quadro de instabilidade começou em 2019" e salientou que Portugal teve em "quatro anos, três atos eleitorais". 

"Não vejo nenhum drama num Governo minoritário, vejo que obviamente é uma situação mais difícil, mais delicada, obrigará certamente a uma maior flexibilidade e ginástica política", afirmou.

Paulo Rangel garantiu que tanto o PSD, como o líder Luís Montenegro "está profundamente consciente dos desafios que tem pela frente" e que aquilo que se pede ao partido "é que governe neste contexto". "Nós viemos para resolver problemas", referiu Paulo Rangel.

O eurodeputado reconheceu também que "este ato eleitoral mostra uma grande insatisfação das pessoas".

Questionado se o executivo de Luís Montenegro deverá pensar sempre na iminência de voltar às urnas, Rangel disse que "um Governo que só pensa em eleições, é um Governo que está destinado a perder".

"O país precisa de um Governo que governe"

Questionado sobre a formação do Governo, Paulo Rangel considerou que a expressão Governo de combate é "demasiado bélica". O eurodeputado considerou que na formação do executivo deve ser feito "um mix" de "pessoas com grande experiência" e "a nova geração". 

"Não estou nada convencido que o Governo vai durar pouco", destacou, confessando, no entanto, que "tudo é possível". "O país precisa de um Governo que governe e que resolva os problemas das pessoas", referiu. 

Rangel como ministro? "Veremos"

Sobre a possibilidade de integrar o Governo, Paulo Rangel garantiu que tem "estado sempre disponível para o PSD", mas recordou que uma vez já recusou um convite. "Veremos", afirmou o eurodeputado. 

Luís Montenegro "tem uma determinação de ferro" e "condições únicas" para liderar o Governo

Paulo Rangel considerou que Luís Montenegro "tem condições únicas" para governar e considerou-o como o mais bem preparado para ser primeiro-ministro. "As pessoas perceberam que estão diante de alguém que tem um grande sentido de responsabilidade, tranquilidade e serenidade impressionantes", afirmou.

Rangel destacou ainda que Montenegro "tem uma determinação de ferro" e uma "visão para o país". 

Leia Também: Montenegro? "Se ganhar as eleições governa, se não ganhar não governa"

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