Petição para travar revogação do logótipo com quase 6 mil assinaturas

Petição que se diz contra a "reversão da nova identidade visual do Governo de Portugal" tem já mais de 5700 assinaturas.

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Notícias ao Minuto
07/04/2024 08:00 ‧ 07/04/2024 por Notícias ao Minuto

Política

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Os autores da petição com quase 6 mil assinaturas dizem-se contra a "reversão da nova identidade visual do Governo de Portugal" e afirmam-se "unidos além de fronteiras profissionais ou ideológicas".

"Manifestamos por este meio nosso repúdio veemente e inabalável contra a recente decisão do Primeiro-Ministro Luís Montenegro de reverter a inovadora identidade visual do Governo de Portugal. Esta ação não apenas desconsidera a vitalidade e a relevância da comunidade artística, criativa e de design, mas também subestima a capacidade intelectual e crítica de toda a população portuguesa", pode ler-se na petição que, à data da redação deste artigo, contava com 5.741 assinaturas. 

Para os assinantes, a escolha de ignorar "um trabalho de renome mundial", desenvolvido pelo Studio Eduardo Aires, "não é apenas uma falha em reconhecer a excelência no campo do design", mas é "um ato de regressão a práticas obsoletas e uma adesão a uma visão estreita do que constitui a identidade nacional".

"Ao optar por uma identidade visual anterior, considerada por muitos como tecnicamente inadequada e visualmente obsoleta, especialmente na sua funcionalidade digital, o governo atual demonstra uma perspectiva alarmantemente retrógrada. Esta decisão não apenas contraria os princípios básicos do design eficaz, mas também coloca Portugal numa posição de desvantagem no diálogo internacional e na economia criativa mundial", pode ainda ler-se. 

"Tomámos já decisões, a primeira corresponde a um compromisso: alterar o logótipo que representa a imagem do Governo da República portuguesa, regressando a uma imagem que tinha sido usada por vários governos anteriores e que repõem símbolos essenciais da nossa identidade, da nossa história e da nossa cultura", anunciou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no final da reunião do Conselho de Ministros, na quarta-feira. 
 
O ministro referiu que o logótipo do XXIV Governo volta a ter "a esfera armilar, com o escudo, quinas e castelos em que o povo português se revê", naquele que era um compromisso assumido por Luís Montenegro, muito antes da campanha para as eleições de março.

Essa alteração de imagem foi visível logo na terça-feira, após a tomada de posse do novo executivo, quer na página da Internet do Governo, quer nos e-mails enviados pela Presidência do Conselho de Ministros.

Também na sala onde decorreu hoje o `briefing´, na residência oficial do primeiro-ministro, já é logótipo anterior - utilizado antes do alterado pelo último executivo de António Costa - que está inscrito na parede e no púlpito da sala.

Em 2 de dezembro do ano passado, Luís Montenegro tinha-se comprometido a, se fosse primeiro-ministro, deixar de utilizar o novo símbolo institucional do Governo de Costa -- que gerou polémica por ter simplificado a imagem, retirando a esfera armilar, as quinas e os castelos.

"É que faz toda a diferença, nós no nosso projeto não fazemos sucumbir as nossas referências históricas e identitárias a uma ideia de ser mais sofisticados, connosco não há disso. Já chega de política de plástico", afirmou então Montenegro, numa iniciativa do Conselho Estratégico Nacional.

Note-se que a polémica em torno da mudança do logótipo da República Portuguesa, a primeira medida visível do novo Governo, liderado por Luís Montenegro, levou muitas vozes a insurgirem-se.  
 
Esta "prioridade" do novo Governo foi alvo de contestação, com a deputada do Partido Socialista, Isabel Moreira, a assumir que não se "surpreende" com Luís Montenegro ter dado "uma colher de alegria ao Chega".

Leia Também: "Quando não se tem mais nada para oferecer, oferecem-se logótipos"

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