A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, afirmou, esta quarta-feira, que o partido "esperava mais" em relação ao programa de emergência para a Saúde do Governo e defendeu que não se pode "cuidar da saúde com paliativos".
"O PAN esperava mais. Não podemos cuidar da saúde com paliativos, precisamos de ter efetivamente uma intervenção de maior valorização das carreiras e este plano apresentado por Luís Montenegro continua a não ter a valorização das carreiras dos médicos e também dos enfermeiros para não continuarmos a ter uma postura por parte do Governo, neste caso do Governo de Luís Montenegro, que deixa apenas para os privados as soluções dos problemas de saúde do nosso país", afirmou Sousa Real, em declarações à RTP3, em Viana do Castelo.
A deputada considerou que as medidas do Governo da Aliança Democrática (AD) "deixam para o privado os problemas de saúde do nosso país" e que "os privados não dar a resposta que só o SNS poderá dar".
No entanto, o partido "saudou a criação da linha de urgência" para obstetrícia, apesar de o Governo "continuar sem dizer o que é que vai ser feito para combater a violência obstétrica que continua a existir".
Sobre o facto de o primeiro-ministro ter afirmado que o Governo "vai, em regime de complementaridade, contar com os setores social e privado para, dentro da função e missão do SNS, dar uma resposta aos cidadãos", Sousa Real frisou que "o privado tem de ser complementar e não ser privilegiado".
Sublinhe-se que o primeiro-ministro anunciou, esta quarta-feira, que o programa de emergência para a saúde pretende esgotar os recursos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) até ao limite, mas conta também com os setores social e privado de forma complementar.
"Este plano de emergência e transformação na saúde vai esgotar, até ao limite do que é possível, a capacidade do Estado, seja no aproveitamento dos recursos humanos, seja no aproveitamento de todas as unidades de saúde", afirmou Luís Montenegro na apresentação das medidas para o setor aprovadas hoje em Conselho de Ministros.
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