A deputada do Bloco de Esquerda (BE) Joana Mortágua afirmou, na quinta-feira, que "há pontas soltas" no caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no hospital Santa Maria, em Lisboa. Para a bloquista uma das coisas que está ainda por esclarecer é a "motivação de Nuno Rebelo de Sousa para intervir de forma tão insistente".
"Há um abuso do filho do Presidente", afirmou Joana Mortágua num espaço de comentário na CNN Portugal. A bloquista realçou ainda que a insistência do filho do Presidente da República era tão grande que "o próprio chefe da Casa Civil não esconde o desconforto" causado por Nuno Rebelo de Sousa.
Já a assessora de Marcelo Rebelo de Sousa considerou que era uma "medalha ter resistido às insistências do filho do presidente.
Para Joana Mortágua falta ainda perceber "se estes pedidos eram sistemáticos e se o filho do Presidente tirava, ou não, vantagem com a ligação privilegiada com a Casa Civil".
"Há muita gente a mobilizar-se, ligada a negócios da área da saúde entre o Brasil e Portugal, para ajudar a família das gémeas e que a mãe das gémeas diz à CPI que não conhece e que não sabe a que propósito se mobilizaram", afirmou Mortágua, reconhecendo ainda que "há muitas versões contraditórias"
Recorde-se que encerrou, na quinta-feira, a primeira fase da CPI ao caso das gémeas. Esta semana foi ouvido o chefe da Casa Civil, Fernando Frutoso de Melo, e a assessora de Marcelo Rebelo de Sousa, Maria João Ruela.
No final das férias do Parlamento serão retomadas as audições sobre o caso. A ex-ministra da Saúde Marta Temido será ouvida no dia 27 de setembro, enquanto o ex-primeiro-ministro António Costa irá fazer esclarecimentos por escrito.
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