"António Costa em recente entrevista, ao canal de televisão NOW, criticou a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, afirmando que não tem "os mesmos padrões éticos" que a PGR, que tinha dito que o António Costa se tinha demitido porque quis.
Tenho por António Costa apreço e simpatia. Um político brilhante na sua geração, com uma capacidade de se reinventar e perante um problema, arranjar sempre uma solução. No seu léxico, nada é impossível.
Porém, em relação a Lucília Gago está-se a esquecer de uma coisa. A Procuradora-Geral da República foi escolhida por ele (António Costa). Propôs o seu nome em detrimento de Joana Marques Vidal (vá-se lá saber porquê) a Marcelo Rebelo de Sousa que a nomeou.
Não podemos elogiar uma pessoa quando está tudo bem connosco, mas depois criticar e censurar quando estamos acossados por quem foi escolhido por nós, estando a cumprir as suas funções.
Lucília Gago responde perante quem a nomeou, não responde perante o Parlamento. O Parlamento responde perante quem o nomeou, o povo e os senhores dos partidos que escolheram os deputados.
O Parlamento está a tornar-se um órgão inquisidor que pretende julgar e castigar pretensos hereges.
O Parlamento já tem um enorme poder: aprovar moções de censura ou moções de confiança, aprovar leis ou rejeitar leis e fiscalizar a atividade do Governo. Já chega!"