Em declarações aos jornalistas no final da conferência de líderes parlamentares, Alexandra Leitão foi questionada sobre a reunião entre o PS e o Governo na véspera, à saída da qual o ministro dos Assuntos Parlamentares disse que o Governo vai aguardar que o PS apresente, nos próximos dias, as suas propostas para o próximo Orçamento do Estado para "perceber como vai continuar o processo negocial".
"O PS aguarda, porque foi isso que ficou combinado na reunião, que o Governo contacte o PS e os outros partidos, se assim entender, para uma nova reunião. Foi isto que ficou combinado: um contacto da parte do Governo com o PS, estando o PS disponível para o formato e o calendário que o Governo quiser para, aí sim, tornarmos a falar e aí sim serão apresentadas propostas, sugestões ou haverá uma discussão substantiva sobre a matéria do orçamento", esclareceu.
Sobre o facto de o ministro Pedro Duarte ter dito que "a bola estava do lado do PS", a líder parlamentar socialista reiterou que aquilo que ficou acordado foi que o seu partido "em cerca de 48 horas estará preparado" e a partir daí aguarda "um convite para uma nova reunião".
Alexandra Leitão respondeu aos jornalistas que sem essa marcação o PS não vai enviar propostas porque "não foi isso que ficou combinado nem entendido nem subentendido".
"O que ficou combinado foi que aguardamos uma convocação para uma reunião e nessa reunião falarmos com o Governo e serão os primeiros a saber qual é a nossa posição em algumas matérias", insistiu.
A líder parlamentar do PS foi ainda questionada sobre as declarações do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, que saudou uma "postura diferente" do PS quanto ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
"O que nós dissemos ontem através de mim foi exatamente o que dissemos em julho através também de mim, ou seja, boa-fé, empenho, diálogo, disponíveis para conversar, disponíveis para reunir. Não mudámos nem em julho nem agora", começou por responder.
A líder parlamentar do PS lembrou que na rentrée socialista Pedro Nuno Santos deixou claro um conjunto de aspetos que "balizam logo à cabeça" as conversas entre o Governo e os socialistas, mas insistiu que "a disponibilidade é a mesma" e que "não há nenhuma alteração de postura entre julho e agora".
"O Governo faz-se representar por quem entende. Nós tiramos as ilações ou não de quem o Governo entende enviar. Não vou aqui secundarizar nenhum dos protagonistas que designadamente ontem estiveram na reunião", respondeu quando questionada sobre a ausência do primeiro-ministro destes encontros.
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