"Perguntem aos eleitores da AD [coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS-PP], àqueles que votaram na AD, se estão satisfeitos com o acordo entre o PSD e o Partido Socialista (PS), perguntem-lhes isso", declarou Pedro Pinto aos jornalistas, na Praça do Município, em Lisboa, no fim da sessão comemorativa do 05 de Outubro.
Segundo o líder parlamentar do Chega, o seu partido sempre este disponível para um acordo com o Governo sobre o Orçamento do Estado para 2025: "Nós desde o dia 10 de março à noite que estamos disponíveis para fazer um acordo de governo com o PSD".
"Foi o PSD que preferiu o PS", lamentou.
"Aquilo também que se percebeu, e por isso se calhar o senhor Presidente da República não falou nisso [no seu discurso], é que existe um acordo já entre o PS e o PSD, percebe-se claramente", sustentou, acrescentando: "Eles vão ficar com o ónus disso".
De acordo com Pedro Pinto, neste contexto, o Chega não pode estar a favor o Orçamento do Estado 2025.
"Como é que nós podíamos chegar hoje, ao dia 05 de Outubro de 2024, e dizer assim: nós vamos votar a favor de um Orçamento que está a ser anunciado entre o PSD e o PS. Com que cara é que nós chegávamos ao pé das pessoas que quiseram correr com o socialismo, aquelas pessoas que votaram no Chega quiseram correr com o socialismo de Portugal?", questionou.
Sobre a cerimónia comemorativa do 05 de Outubro, o líder parlamentar do Chega disse que se reviu nas palavras do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, "quando falou que Portugal tem um problema com a imigração, que Portugal deve valorizar as suas forças de segurança" e também os bombeiros.
Quanto ao discurso do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Pinto subscreveu o apelo ao combate à pobreza, mas qualificou-o como "um discurso um bocado contraditório com aquilo que ele tem feito até agora".
No seu entender, o Presidente da República tem criado "um clima de medo entre a população portuguesa com uma suposta crise económica" ao alertar que "Portugal ia entrar numa crise política se não fosse aprovado o Orçamento".
"E aquilo que ele disse hoje foi precisamente o contrário, foi que Portugal, desde que é uma República, tem superado todas as crises, sejam elas financeiras, económicas ou todas as crises que têm aparecido, e Portugal é um país maduro, de uma democracia madura e que superará tudo certamente, haja ou não haja Orçamento", considerou.
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