Esse "mecanismo ainda que tivesse problemas na sua implementação prática permitia às pessoas chegarem a Portugal, começarem a fazer os seus descontos e estarem numa situação que não é de irregularidade, não é de falta de documentação", afirmou Paulo Muacho ao fundo da escadaria do parlamento.
"O Governo entendeu ceder à retórica da extrema-direita na imigração, ceder à pressão do Chega, usar este tema de uma forma que consideramos populista e condenável", afirmou Paulo Muacho.
Atualmente há "milhares de pessoas que estão no limbo, sem saberem o que lhes vai acontecer, a continuarem a trabalhar todos os dias, sem terem a certeza do estado português se terão um documento ou segurança", disse o deputado do Livre, recordando que sem as manifestações de interesse o país terá de regressar às "regularizações extraordinárias", porque "as pessoas vão continuar a vir".
Para Paulo Muacho, "o problema é sempre a AIMA não ter recursos para dar resposta aos pedidos que recebia" e não as manifestações de interesse, um processo que teve uma "extinção de uma forma atabalhoada", que levou hoje o parlamento a ter de aprovar um regime transitório que "permite resolver o problema de quem já tinha os seus descontos e não tinha apresentado o pedido formal".
O fim das manifestações de interesse "não resolve o problema das pessoas que continuam a chegar a Portugal" porque a "economia precisa", acrescentou.
"As pessoas vão continuar a vir e não vão ter forma de o fazer de uma forma segura e regular. E isso só vai fomentar as redes de tráfico que o governo quer combater", concluiu.
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