O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, deixou claro, esta terça-feira, que a CDU irá sozinha para as eleições autárquicas, sem coligações com o PS, que "fez duas opções muito claras" na viabilização do Orçamento do Estado e nas decisões sobre os orçamentos da Câmara de Lisboa e Setúbal.
No entanto, o partido está "muito confiante para esta batalha" e espera conseguir manter-se como a "terceira força autárquica do país".
"Temos um projeto autárquico incomparável e queremos valorizá-lo. Cada um faz as suas opções e o PS fez duas opções muito claras: viabilizou o Orçamento do Estado do PSD e CDS, com tudo o que isso implica, e por opção própria viabilizou o orçamento da Câmara de Lisboa ao mesmo tempo em que, a 50 quilómetros de distância, chumbava o orçamento da Câmara de Setúbal. O quadro em que intervimos não cria grandes possibilidades de outras soluções", explicou Paulo Raimundo, em entrevista à SIC Notícias.
Recusando fazer do Chega o "alfa e ómega destas eleições", Paulo Raimundo rejeita previsões e comparações, mas deixa claro que a CDU não abdicará da "questão central da água como um bem público".
"Não é possível que deixe de ser público. Não devíamos partir do princípio, como partimos noutras de eleições, que é tornar o Chega como o alfa e o ómega", defendeu o secretário-geral do PCP.
Presidenciais? "PCP não vai prescindir de intervir"
Sobre as eleições presidenciais, Paulo Raimundo não quis alongar-se por ser uma "preocupação que está muito longe das pessoas", mas garantiu que o partido vai participar. Só não especificou como.
"O PCP não vai prescindir de intervir nas presidenciais, não faltará à batalha pela defesa do regime democrático. Isso pode implicar ter um candidato próprio ou outras soluções. Temos de ver, mas ainda estamos muito longe", acrescentou.
Leia Também: Projeto autárquico da CDU? "Não se confunde com nenhum outro"