No dia das eleições legislativas, os portugueses voltaram a dar um voto de confiança à coligação PSD/CDS, e a colocá-la como a força política mais votada, sendo porém notória a descida percentual em relação ao ano de 2011, em que foi possível estabelecer uma maioria absoluta.
Dos mais de nove milhões de eleitores inscritos, 56,89% exerceram o direito de voto, sendo que, ao contrário do que as projeções anunciaram ao início da noite, a abstenção foi a mais alta de sempre em eleições legislativas, com 43,11% de eleitores a não irem às urnas. Houve ainda 2,09% de votos em branco e 1,61% de votos nulos, tendo ambos descido face às últimas legislativas.
Coligação Portugal à Frente
Em termos gerais, e olhando para o mapa de Portugal, PSD e CDS perderam os distritos de Portalegre, Castelo Branco, Faro e o arquipélago dos Açores, havendo uma repartição demográfica de quase metade do país.
Os portugueses que votaram colocaram a coligação Portugal à Frente em primeiro lugar, com 36,8% dos votos, o que se traduz em 99 deputados na Assembleia da República, mais cinco mandatos conseguidos pelo PPD/PSD Madeira, totalizando 104.
Passos e Portas, nos discursos de final de noite, felicitaram a decisão dos portugueses, agradeceram a confiança e relembraram que a força política vencedora deve ser aquela que forma governo. Os líderes da coligação explicaram que irão reunir os órgãos nacionais, deixando claro que respeitarão a decisão dos portugueses de não terem atribuído maioria absoluta a nenhum partido.
Partido Socialista
O Partido Socialista registou uma subida em relação às últimas eleições legislativas, ao arrecadar 32,38% dos votos, contra 28,07% em 2011, mas acabou por ser o grande derrotado da noite, depois de uma campanha eleitoral em que António Costa apelou a uma maioria absoluta e ao voto útil.
O secretário-geral dos socialistas assumiu “por inteiro a responsabilidade política e pessoal pelo resultado” mas mantém-se na liderança do partido, recusando uma demissão. António Costa frisou ainda que o PS não irá inviabilizar o governo sem ter um governo para viabilizar. “Ninguém conta connosco para sermos só uma maioria do contra”, frisou.
Bloco de Esquerda e Coligação Democrática Unitária
O Bloco de Esquerda foi o grande vencedor da noite, conseguindo o assento parlamentar de 19 deputados, o que mais do que duplicou a representação que atualmente tem.
A CDU perdeu para o Bloco o lugar de terceira força política nacional, apesar de ter conseguido mais um deputado do que na anterior legislatura.
PAN – Pessoas, Animais e Natureza
O PAN – Pessoas, Animais e Natureza – destacou-se entre os partidos pequenos, ao eleger um deputado para o Parlamento. Com a eleição de André Lourenço e Silva, partidos como o PDR e o Livre/Tempo de Avançar, que em muitas sondagens eram apontados como passíveis de garantirem um lugar na Assembleia da República, acabaram por sair derrotados.