Manuela Ferreira Leite analisou a polémica contratação de Maria Luís Albuquerque pela Arrow Global, uma empresa britânica de gestão de dívida, e a líder de gestão do crédito malparado em Portugal, que tem clientes como Banif, Millennium BCP ou Montepio.
Na opinião da social-democrata, trata-se de “um assunto bastante delicado”, frisando que houve uma “ausência total de bom senso” no facto da antiga ministra das Finanças aceitar este cargo.
A antiga líder do PSD não crê que Maria Luís Albuquerque “não conheça a legislação” em relação às limitações depois da saída do cargo, contudo acredita que não poderá ser tão pouco tempo. “Não sei qual o período [de limitações] mas não era de três ou quatro meses de certeza absoluta”, atira.
“O exercício de uma função política tem este tipo de impedimentos, tem custos grandes pessoais e profissionais”, garante Ferreira Leite, acrescentando que a questão mais grave é a antiga ministra “ligar-se do ponto de vista profissional a uma instituição que tutelou, não diretamente mas através de uma instituição com a qual teve relações”.
Questionada sobre a forma como Maria Luís Albuquerque ficou exposta, Ferreira Leite foi perentória: “Pôs-se mais do que a jeito, pôs-se em frente a eles a dizer 'deem-me lá pancada porque estão cheios de razão”.