"Se há um problema de obesidade curricular, então é preciso fazer dieta"

O secretário de Estado da Educação, João Costa, defendeu hoje ser necessário "fazer dieta" para acabar com a atual "obesidade curricular" que impede o cumprimento de programas e a consolidação do conhecimento.

Notícia

© Lusa

Lusa
10/12/2016 18:05 ‧ 10/12/2016 por Lusa

Política

João Costa

"Se há um problema de obesidade curricular, se o currículo está gordo, então é preciso fazer dieta", destacou o secretário de Estado da Educação durante o XLI Encontro Nacional das Associações de Pais que decorreu na Trofa.

Para o governante, ainda que Portugal seja "dos países onde os alunos passam mais horas por semana na escola", o conhecimento não se consolida e "nalguns temas, os alunos não estão a aprender bem", por falta de tempo.

"Quando começamos a utilizar o conhecimento, a analisar, relacionar, a pensar criticamente sobre o conhecimento e até a produzir e criar conhecimento, temos competências de nível mais elevado, mas que também requerem tempo", realçou.

É necessário, por isso, uma flexibilização curricular que tem sido alvo de um amplo trabalho de discussão entre a tutela e os diretores de escolas, professores, encarregados de educação, bem como um trabalho legislativo que o secretário de Estado espera estar concluído "ainda durante este ano letivo".

"Gostaríamos que em 2017/2018 já estivesse a acontecer alguma coisa [ao nível da flexibilização curricular], mas estou mais preocupado com a qualidade do produto que com o calendário. E essa é a minha preocupação principal", referiu o governante.

Quanto à chamada "obesidade curricular", referiu que este "não é um problema nacional", havendo muitos países a lidar com "uma construção de currículo por empilhamento de factos, dados, conteúdos, que fazem falta, mas que depois não se consegue usar".

João Costa explicou que "para ter tempo para tratar todas as dimensões" é necessário "cortar algures", mas "cortar não significa deixar de dar", significa, sim, flexibilizar.

Ainda ao nível da flexibilização curricular, o secretário de Estado salientou a vontade da tutela em dar "autonomia em 25% do currículo" às escolas, que permita um "cruzamento de disciplinas, exploração de temas" ou aprofundamento de trabalho experimental.

Questionado por um representante de uma federação de pais sobre a existência de turmas ainda sem professores, o secretário de Estado respondeu que existe "um problema seríssimo que tem a ver com professores colocados e que não aceitam o lugar".

"Isto vai ser mudado", garantiu o governante.

 

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas