A publicação deste estudo independente, realizado em nome da UE, surge depois de terem entrado em vigor este mês regras mais rigorosas para estas plataformas, ao abrigo da nova Lei dos Serviços Digitais (DAS, na sigla em inglês).
O estudo examinou a conformidade das ações realizadas por seis plataformas - Facebook, Instagram, Twitter (agora renomeado X), YouTube, TikTok e Telegram - face às novas regras.
Os seis, com exceção do Telegram, estão sujeitos desde 25 de agosto a obrigações reforçadas em termos de controlo de conteúdos e de combate à desinformação e ao ódio 'online'.
Os autores do relatório apontam que "os padrões de mitigação de risco não foram respeitados no caso da desinformação do Kremlin".
A Comissão Europeia, no entanto, sublinhou que "o acesso limitado aos dados impõe certas reservas à avaliação" de que os esforços das empresas tecnológicas se revelaram insuficientes.
A UE está preocupada com possíveis campanhas de desinformação durante as eleições europeias marcadas para o próximo ano.
Segundo o estudo, existe um "alto risco" de a Rússia tentar influenciar a votação.
"As regras fornecidas pela DSA abrem grandes perspetivas para acabar com as campanhas de desinformação do Kremlin e os ataques de outros estados contra a democracia e os direitos fundamentais", sublinham os autores.
"Mas devem ser aplicados de forma rápida e eficaz", acrescentam.
Mesmo antes da entrada em vigor da DSA, as empresas avaliadas, com exceção do Telegram, tinham assinado um código de boas práticas contra a desinformação 'online', que contém cerca de quarenta compromissos voluntários destinados, em particular, a uma melhor cooperação com os "verificadores de factos" [Fact-checking, em inglês] e para bloquear 'sites' que divulguem notícias falsas.
Estes compromissos "mitigaram algumas das atividades maliciosas do Kremlin", avaliam os autores do relatório que lamentam, no entanto, que as plataformas "não tenham implementado estas medidas a nível sistémico".
A rede social X retirou-se do código de conduta em junho passado.
Os autores alertaram também que a desinformação russa 'online' aumentou em 2023, após a aquisição do Twitter pelo bilionário Elon Musk, "em parte como resultado do desmantelamento dos padrões de segurança" da rede social que se passou a X.
Elon Musk lançou uma onda de demissões após a sua chegada à liderança da rede social, demitindo muitos moderadores que verificavam o conteúdo do Twitter.
Na semana passada Musk garantiu que a plataforma está a "trabalhar duro" para cumprir as regras do DSA.
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