Agradado com o "ambiente muito bom" e com o "grupo unido" que encontrou no regresso a um clube que representou como jogador, na época 2004/05, o técnico brasileiro projetou uma "equipa agressiva, forte, com os comportamentos de jogo bem assentes" para a temporada que se estende até maio, a começar pelo embate de domingo, em Guimarães.
"Independentemente do modelo de jogo do Vitória no próximo jogo ou durante a temporada, tenho como princípio que temos de ter uma equipa intensa sem a bola e com a bola", vincou, na conferência de imprensa de antevisão ao duelo marcado para as 18:00, no Estádio D. Afonso Henriques.
Convencido de que o Vitória tem jogadores "com capacidade e talento", Paulo Turra promete olhar para as "características do plantel" na hora de "montar a equipa" e recusa "ficar refém de um único modelo de jogo", apesar de o técnico ter privilegiado o sistema tático 4x2x3x1 no passado e de os minhotos terem iniciado a época num 3x5x2.
O ex-treinador do Athletico Paranaense e do Santos, duas formações brasileiras que orientou em 2023, considerou que o "mais importante" é dar sequência aos triunfos das duas primeiras jornadas do campeonato -- Estrela da Amadora (1-0), ainda com Moreno a técnico, e Gil Vicente (2-1), com João Aroso -- e prometeu respeitar o Vizela, embora sem qualquer temor.
"É uma equipa com jogadores interessantes. Independentemente de quem estiver do outro lado, o Vitória vai respeitar [essa equipa]. Durante a semana, vai realizar todos os protocolos de treino, de reuniões e de vídeos [para analisar o adversário]. Respeitamos todos, mas não tememos ninguém", salientou.
Com 15 anos de carreira como treinador, nove como principal e seis como adjunto do ex-selecionador masculino do Brasil e de Portugal, Luiz Felipe Scolari, que descreve como um dos "maiores treinadores no mundo" a nível de títulos e de conhecimento, Paulo Turra crê que se vai adaptar a Portugal e até vê o futebol de hoje como "muito globalizado".
"Dentro das métricas e das equipas com que trabalhei nos últimos anos, o futebol europeu tem mais intensidade. O futebol brasileiro está a caminhar nesse sentido, devido a muitos treinadores estrangeiros, inclusive portugueses. Estão a acrescentar ao futebol brasileiro as métricas e a agressividade, com e sem a bola", constatou.
O ex-defesa central do Vitória e do Boavista comentou ainda as dúvidas acerca da obtenção do Nível IV de treinador da UEFA, por equivalência às licenças obtidas na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e no organismo que tutela o futebol sul-americano, a CONMEBOL, sem, contudo, esclarecer se vai ter o estatuto de técnico principal no domingo.
"Mais cedo ou mais tarde, vou estar ao lado do campo. Da maneira que sou, 'sanguíneo', gostaria de estar o tempo todo a prestar informações [aos jogadores]. Tenho a licença Pro da CBF e a licença Pro da CONMEBOL [para treinar]. Mais cedo ou mais tarde, as equivalências vão ser reconhecidas [na Europa]", afirmou.
O Vitória de Guimarães, quarto classificado, com seis pontos, recebe o Vizela, 14.º, com um, em desafio da terceira jornada da I Liga portuguesa, marcado para as 18:00 de domingo, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, com arbitragem de Miguel Nogueira, da Associação de Futebol de Lisboa.