Miguel Ángel Portugal colocou, na noite de quinta-feira, em ‘pratos limpos’ os motivos que o levaram a deixar o comando técnico Jorge Wilstermann apenas três meses depois de ter assinado contrato.
Em entrevista concedida à rádio espanhola Cadena SER, o treinador de 63 anos revelou que, depois de enfrentar o chefe de uma das claques que invadiu o centro de treinos do clube, sentiu não ter outra solução que não fugir da Bolívia.
“Lá há um tipo de adeptos que são os Barras Bravas, que estão no seu auge. Na fazia a mínima ideia de como era aquilo. Inconscientemente, um dia enfrentei o chefe deles durante um treino”, recordou o técnico espanhol.
Miguel Ángel Portugal não esquece que “os jogadores ficaram surpreendidos” com a forma como os defendeu, pelo que ficou “claro que a coisa não tinha bom aspeto”: “Quando fui à Internet e vi os antecedentes dele, senti verdadeiro medo”.
“O resto dos adeptos apoiava-me e respeitava-me, mas os Barras Bravas são mais de 400”, prosseguiu o treinador, lamentando que o presidente do clube tenha “chegado a dizer que não garantia a segurança” da equipa.
“Ninguém da direção nem da imprensa saiu em defesa do treinador, senti-me sozinho. É algo que nunca me tinha acontecido, nem na Bolívia, nem antes, no Brasil. Nunca”, lamentou.