O cancelamento, que estará em vigor entre 28 de março e 5 de maio, afetará 22 voos de longo curso entre a Europa e os Estados Unidos em rotas de Roma para Los Angeles, Boston e Nova Iorque e de Londres para Nova Iorque.
A companhia aérea norueguesa referiu em comunicado que registou menor oferta em algumas rotas nos últimos dias devido ao surto, que também afeta as estimativas do seu próximo balanço anual, que apontava para benefícios, desde que o 737 MAX pudesse voar em setembro.
"Dada a incerteza e o impacto contínuo na oferta geral de transporte aéreo, a Norwegian retira a sua previsão para 2020. É muito cedo para avaliar o impacto total nos nossos negócios", destacou a empresa numa nota.
A Norwegian transportou 1,96 milhão de passageiros em fevereiro passado, 22% menos, enquanto a oferta, medida em passageiros por quilómetro transportado (PKT), caiu 21%.
A companhia aérea norueguesa foi uma das mais afetadas pela proibição internacional de voos do 737 MAX após acidentes fatais na Indonésia e na Etiópia, que, juntamente com os problemas com os motores Rolls Royce, custaram quase 100 milhões de euros em 2019, de acordo com o saldo divulgado no mês passado.
A Norwegian, que em 2019 perdeu 160 milhões de euros, promoveu várias medidas nos últimos meses para melhorar a sua liquidez, como a venda de aeronaves, das suas ações na Norwegian Finance Holding e subsidiária argentina, bem como reduções de custo.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.200 mortos e infetou mais de 93 mil pessoas em 78 países, incluindo seis em Portugal.
Além dos 3.012 mortos na China Continental, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos e Filipinas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".