O grupo obteve um volume de negócios de 501 milhões de euros, uma subida de 2% face ao primeiro trimestre de 2022, tendo o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) atingido 131 milhões de euros, um crescimento de 8% em termos homólogos.
"Após um ano de escassez de oferta no mercado, levando a um volume anormal de encomendas, o primeiro trimestre de 2023 foi marcado pela acumulação de um elevado volume de 'stocks' em toda a cadeia de distribuição, que condicionou significativamente a procura em todos os segmentos de papel, à exceção do segmento de 'tissue' [papel para guardanapos, lenços, papel higiénico, etc]", indicou a empresa na mesma nota.
Segundo a Navigator, "o processo de 'destocking', que já se vem a verificar desde o segundo semestre de 2022, está a demorar mais tempo do que o antecipado", esperando-se que "a completa regularização dependerá da normalização das cadeias de fornecimento, de um maior ou menor abrandamento económico e da perceção de mercado em relação à evolução do nível de preços".
Assim, o volume de vendas de papel "registou uma quebra de 16% face ao período homólogo, num enquadramento em que persiste um elevado volume de 'stocks' ao longo de toda a cadeia de distribuição e um forte abrandamento económico". No entanto, "os preços mantêm-se em níveis historicamente altos, o que a par com o enriquecimento do 'mix' de produtos, permitiu compensar o decréscimo de volumes", disse a empresa.
Por sua vez, o 'packaging' (embalagens) foi "o segmento onde mais rapidamente se sentiu o forte abrandamento da procura", sendo que a empresa realçou que, "apesar do contexto desfavorável, este novo segmento continua a revelar aspetos positivos, como o reconhecimento da qualidade dos nossos produtos e da marca gKraft".
Já o volume de vendas de pasta "aumentou 75% face ao trimestre anterior, e 19% face ao 1.º trimestre de 2022", destacou, explicando que a "menor integração em papel no trimestre aumentou a disponibilidade de pasta para venda".
No segmento de papel 'tissue', "a procura de produto acabado mostrou-se resiliente, permitindo um bom desempenho das vendas, que impulsionadas pela evolução de preços, evidenciam um crescimento de 27% face ao período homólogo e uma queda de 2,4% face ao último trimestre", referiu.
A empresa recordou que em 31 de março "foi concluída a operação de aquisição do negócio de "Consumer" em Espanha do Grupo Gomà-Camps".
O grupo destacou que "a integração desta nova fábrica permitirá à Navigator posicionar-se como o segundo maior produtor ibérico de 'tissue', adicionando 35 mil toneladas de capacidade de produção de papel 'tissue', para um total de 165 mil toneladas".
A agora denominada Navigator Tissue Ejea fechou este trimestre "com um volume de negócios superior a 32 milhões de euros", ainda "não consolidado nos resultados do segmento este trimestre, dado estar registada como participação financeira", explicou.
No primeiro trimestre, o montante total de investimentos do grupo ascendeu a 42 milhões de euros, face a 15 milhões de euros no período homólogo e 48 milhões de euros no trimestre anterior.
"O montante de investimento do trimestre inclui maioritariamente investimentos direcionados para a manutenção da capacidade produtiva, modernização dos equipamentos e melhoria de eficiência, projetos estruturais e de segurança", revelou.
As ações da Navigator fecharam a subir 0,12% para 3,38 euros.
[Notícia atualizada às 18h43]
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