"A construção enfrenta desafios sem precedentes, mas também oportunidades únicas", afirmou Manuel Reis Campos, que falava, em Lisboa, na conferência "Portugal 2030: Futuro Estratégico para o Setor da Construção", organizada pela AICCOPN.
Para a associação, a transformação digital, a sustentabilidade, a qualificação e internacionalização de talentos são eixos estratégicos, que exigem ações concretas para garantir a competitividade do setor, que defendeu ser um "pilar fundamental" para o crescimento económico.
Manuel Reis Campos defendeu que a linha de alta velocidade e o novo aeroporto de Lisboa, bem como a expansão das redes de metro, são determinantes para a competitividade do país.
Estes investimentos, conforme apontou, modernizam as redes de transporte, impulsionam a economia e criam emprego.
A linha de alta velocidade vai permitir uma ligação ferroviária mais eficiente e amiga do ambiente, reduzindo tempos de viagem, acrescentou.
Por sua vez, o novo aeroporto será essencial para responder à crescente procura e garantir uma infraestrutura moderna e eficiente.
Já a expansão das redes de metro vai reduzir a dependência do automóvel e as emissões de carbono.
Contudo, a AICCOPN lembrou que a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está abaixo do desejado face aos objetivos estabelecidos.
"É urgente acelerar eficazmente os processos de contratação pública, em todas as suas fases, de modo a garantir que os investimentos cheguem efetivamente ao terreno e sejam concluídos nos prazos definidos, sem comprometer a sua qualidade", referiu.
Reis Campos precisou ainda que entre os desafios que o setor enfrenta está a escassez da oferta de habitação, a transição para a construção 4.0 e o cumprimento das normas da diretiva europeia do desempenho energético.
Assim, pediu a agilização dos processos administrativos, incentivos ao investimento privado, maior disponibilização de mão-de-obra e a digitalização da construção.
O presidente da AICCOPN assinalou ainda que, de acordo com os censos de 2021, é necessária uma maior aposta na reabilitação urbana, tendo em conta que um terço dos edifícios em Portugal carece de obras de conservação, verificando-se um aumento de 25,8% face a 2011.
[Notícia atualizada às 10h35]
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