Na hora de apontar o dedo aos potenciais habitats de bactérias, o nosso pensamento quase que automaticamente fica invadido por casas de banho ou locais sujos. Mas não é preciso ir tão longe.
De acordo com um estudo levado a cabo por cientistas espanhóis, as cartas de restaurante (os menus) são locais que albergam uma infinidade de bactérias, "até mesmo mais do que a casa de banho, que se desinfetam diariamente".
Por passar de mãos em mãos, correr o risco de cair ao chão e ainda de ser armazenado em mil e um locais distintos, estes menus podem armazenar "milhares de milhões" de bactérias "por centímetro quadrado", sendo a E. Coli a mais comum, seguindo-se a S. Aureus, encontrada "no nariz, na pele, nas feridas e debaixo do cabelo", explica um dos mentores do estudo, o cientista Miguel Ángel López. O E. Coli é uma bactéria que pode resistir até 12 horas, enquanto a S. Aureus pode ficar até um dia.
O estudo salienta que o melhor material para um menu de restaurante é o papel, especialmente se for reciclado. Já o plástico (ou qualquer outro material plastificado) é o menos aconselhado, devendo os menus deste género serem lavados todos os dias, sob o risco das bactérias se propagarem.
Para esta investigação, levada a cabo pela Faculdade de Ciências Gastronómicas Basque Culinary Center e pela Universidad Complutense de Madrid, foram analisados os menus de 12 restaurantes ativos em San Sebastian (Espanha) durante 12 meses.