"Queremos que a Venezuela retorne a uma democracia real"

O presidente do Peru defendeu hoje em Lisboa que a Venezuela deve voltar a uma "democracia real" e o presidente interino do país, Juan Guaidó, possui o respaldo internacional para tomar decisões em relação aos interesses venezuelanos.

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Lusa
26/02/2019 16:38 ‧ 26/02/2019 por Lusa

Mundo

Martín Vizcarra

"A nossa posição como país e como membro do Grupo de Lima é clara. Nós manifestamos que queremos que a Venezuela retorne a uma democracia real. A partir do mês janeiro, dissemos que o regime do Presidente (Nicolás) Maduro é ilegítimo, por isso saudamos a designação do Presidente interino (Juan) Guaidó", declarou Martín Vizcarra.

O chefe de Estado peruano fez estas declarações no final de uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, no segundo e último dia da sua visita oficial a Portugal.

"Inclusivamente, na semana passada, recebemos as cartas do embaixador designado para o Peru pelo presidente interino Guaidó", declarou o presidente peruano.

Martín Vizcarra afirmou que o Peru e os restantes países do Grupo de Lima vão "juntar esforços para apoiar o povo venezuelano para que recupere a sua democracia".

"Este regresso à democracia deve ser um movimento dos próprios venezuelanos, que vemos que se vem incrementando. O Presidente interino Guaidó já tem o reconhecimento de mais de 50 países, o que lhe dá o respaldo internacional para tomar decisões no interior da Venezuela", sublinhou o presidente peruano.

O Grupo de Lima, que se reuniu na segunda-feira em Bogotá, reafirmou na resolução conjunta saída do encontro que a transição democrática na Venezuela tem de ser levada a cabo pelos cidadãos do país "pacificamente e apoiada na Constituição".

O Grupo, composto pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Guiana e Santa Lucia, foi criado em 2017, quando a Venezuela foi palco de violentas manifestações, que causaram 125 mortos.

"Seguramente, alguns países vão tomar medidas de caráter económico para respaldar esta volta à democracia. Nós também deixamos claro que recusamos uma intervenção militar", avaliou.

O chefe de Estado peruano disse ainda que apoia os 700 mil venezuelanos que fugiram para o Peru devido à crise humanitária na Venezuela, mesmo que isso tenha provocado problemas socioeconómicos para o seu país.

Já o primeiro-ministro português disse que a posição de Portugal, concertada com a União Europeia, "foi muito clara, de reconhecer o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como Presidente interino, com a legitimidade para a convocação de eleições (...)".

"Partilhamos que a solução tem de ser encontrada de forma democrática, seguramente pelos próprios venezuelanos e de maneira nenhuma com base numa intervenção militar externa, que seria de todo inaceitável e contraproducente", referiu Costa.

"A nossa absoluta prioridade é a proteção da segurança e do futuro da comunidade portuguesa", sublinhou também António Costa.

Segundo o primeiro-ministro, Portugal tem "acolhido com gosto e com grande sucesso portugueses e não portugueses que têm encontrado em Portugal um local para prosseguir as suas vidas (...)" e ainda que estas pessoas "têm estado a satisfazer muitas necessidades" do mercado de trabalho português.

"É por isso que um conjunto de empresas, designadamente do setor da metalomecânica, tem desenvolvido ações concretas e tendo vindo a oferecer em Portugal emprego e oportunidade de continuação de vida em segurança a quem procura encontrar segurança e trabalho em Portugal", referiu Costa.

Neste encontro entre as duas autoridades foram assinados dois acordos, nomeadamente nas áreas do transporte aéreo e sobre instrumentos de férias com trabalho para a mobilidades de jovens.

Os dois políticos trataram de uma agenda bilateral, voltada para o reforço das relações comerciais e económicas entre os dois países, e de questões internacionais do momento.

 

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