O decreto hoje assinado por Francisco Guterres Lu-Olo determina ainda que serão condecorados com o mesmo grau da Ordem de Timor-Leste -- o segundo - o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan (postumamente) e o Governo do Vanuatu.
Lu-Olo deliberou atribuir ainda o Grande-Colar, o maior grau dos quatro da Ordem de Timor-Leste, ao ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.
No decreto, Lu-Olo considera que os "contributos das entidades e das pessoas condecoradas "merecem ser reconhecidos e valorizados pelo Estado", neste caso no âmbito das comemorações do 20.º aniversário do referendo.
"O Estado, mais uma vez, demonstra a sua gratidão às entidades e aos indivíduos mencionados que manifestaram apoio e trabalharam juntamente com os nossos compatriotas na diáspora durante os anos da nossa luta pela libertação da pátria, contribuindo para o processo de autodeterminação do povo de Timor-Leste", refere Lu-Olo no decreto a que a Lusa teve acesso.
"Durante os anos em que foi sentido o silêncio da maior parte da comunidade internacional sabre a causa sagrada de libertação do povo de Timor-Leste, as instituições e os indivíduos abaixo indicados mostraram solidariedade perante a nossa luta", escreveu ainda.
Na lista das 17 entidades e indivíduos condecorados estão ainda o embaixador português Fernando d'Oliveira Neves e o jornalista da Lusa António Sampaio.
Da lista de galardoados fazem ainda parte as jornalistas Marie Colvin, Irene Slegt e Minka Nijhuis, o senador dos Estados Unidos lusodescendente Marc Pacheco.
A lista inclui ainda a tailandesa Chalidda Takaroensuk e o australiano Michael Hodgman (a título póstumo).
São também condecorados a central sindical australiana ACTU, o Estado de Vanuatu e as quatro mulheres do grupo conhecido como "Liverpool Four" - Andrea Needham, Joanna Wilson, Lotte Kronlid, Angie Zeltner -- que em 1996 entraram na fábrica da British Aerospace em Warton, em Lancashire, destruindo com ferramentas caseiras um jato Hawk destinado à Indonésia.
A lista é idêntica à proposta de condecorações que o governo timorense enviou ao Presidente da República no início do mês, sendo que inicialmente o executivo propunha uma condecoração ao Estado português.
Fonte da Presidência explicou à Lusa que a legislação não permite condecorar outros Estados, motivo pela qual foi deliberado atribuir a condecoração à Assembleia da República, sendo conferida ao seu presidente, Ferro Rodrigues, no dia 30 de agosto.
A lista foi recomendada ao primeiro-ministro Taur Matan Ruak numa carta enviada em 29 de julho por Xanana Gusmão, na qualidade de presidente da "Comissão Organizadora das Celebrações do 20.º Aniversário do Referendo e da Missão da INTERFET".
Criada em 2009, a Ordem de Timor-Leste pretende "com prestígio e dignidade, demonstrar o reconhecimento de Timor-Leste por aqueles, nacionais e estrangeiros, que na sua atividade profissional, social ou mesmo num ato espontâneo de heroicidade ou altruísmo, tenham contribuído significativamente em benefício de Timor-Leste, dos timorenses ou da humanidade".
As condecorações vão ser entregues nas cerimónias oficiais dos 20 anos do referendo no recinto de Tasi Tolo, a leste de Díli, local onde a 20 de maio 2002 foi formalmente restaurada a independência de Timor-Leste