Durante o seu discurso anual sobre o estado da nação, perante uma multidão de apoiantes e aliados políticos, o chefe do governo da Hungria, Viktor Orban, voltou a atacar alegados rivais como a liderança da União Europeia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o filantropo húngaro-americano George Soros.
Orban, que voltou ao poder em 2010 quando a Hungria ainda estava sob um resgate financeiro internacional, disse que seu Governo rejeitou as exigências de mais austeridade e se livrou dos empréstimos do FMI para ter "mão livre" sobre as políticas económicas.
"Se tivéssemos seguido os conselhos, a Hungria estaria numa enfermaria de hospital, com tubos de dívida do FMI e Bruxelas pendurados em todos os membros e a torneira da dívida nas mãos de George Soros", disse Orban.
Segundo Orban o crescimento económico da Hungria (4,9%) ultrapassou amplamente a média europeia, apesar de o país estar ligado ao desempenho da Europa, já que "85% das exportações húngaras são destinadas a outros países europeus".
"Portanto, o problema deles também é o nosso ", disse, acrescentando que "a única questão é até que ponto também será o nosso problema".
"A economia europeia, especialmente a da zona do euro, simplesmente parou", disse, estimando que o crescimento económico da Europa em 2020 seja "microscópico, no máximo".
No que toca ao declínio demográfico, Orban considerou que embora os incentivos económicos para casais e famílias numerosas tenham ajudado a conter essa tendência, são necessárias mais medidas.
Embora o número de casamentos tenha aumentado e os de divórcios e interrupções de gravidez tenham diminuído, "o declínio da população não parou" e os húngaros "continuam a ser uma espécie em extinção", disse.
No discurso, o governante anunciou ainda políticas ambientais como o aumento de 27% de áreas florestais, medidas de proibição aos usos de embalagens plásticas não recicláveis e planos de criação de incentivos ao uso de carros elétricos.
Nesta última temática adiantou que os novos autocarros de transporte público licenciados a partir de 2022 terão que ser elétricos.