Andaimes no pináculo de Notre-Dame de Paris começam a ser retirados

A operação de desmontagem da estrutura de andaimes que rodeia o pináculo da Igreja de Notre-Dame, em Paris, deformada pelo calor do incêndio que ocorreu em abril de 2019, começou hoje, noticiou a agência noticiosa France Presse.

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Lusa
08/06/2020 12:31 ‧ 08/06/2020 por Lusa

Mundo

França

Pouco antes das 8:00 da manhã, os operários começaram a entrar na estrutura para fazer as últimas verificações, segundo testemunhou um jornalista da AFP no local.

"Uma operação como esta é como verificar um foguetão antes da decolagem, é o 'check-up' final antes da chegada dos especialistas em trabalhos em altura", na terça-feira, indicou o delegado-geral da Fundação Notre-Dame de Paris, Christophe Rousselot.

A estrutura de andaimes é composta por 40.000 peças, pesando mais de 200 toneladas, e metade encontra-se a mais de 40 metros de altura, tendo sido colocada em 2018 para restaurar o pináculo da catedral gótica.

No entanto, a 15 de abril do passado, no decurso dos trabalhos de restauro na catedral, um incêndio deflagrou no edifício, e apesar da estrutura de andaimes ter resistido à intensa temperatura do incêndio, acabou por ficar deformada.

"Um dos pontos-chave é a estabilidade da abóbada. Quando tudo isso estiver normalizado, ficaremos aliviados, porque a catedral estará salva", comentou o responsável , apontando que esta será "uma operação muito sensível, muito complicada, com um fator de risco não negligenciável".

"Pode acontecer que, ao serem retirados, caiam pedaços da estrutura de andaimes, e fiquem fragilizadas algumas partes dos muros da catedral", alertou.

A estrutura de andaimes para a reparação foi primeiro consolidada, depois rodeada de vigas metálicas em três níveis para impedir qualquer risco de desmoronamento.

A partir de hoje, duas equipas de especialistas suspensos por cabos vão percorrer a estrutura para cortar os tubos metálicos fundidos uns no outros.

Esta operação deverá demorar cerca de três meses.

O incêndio na catedral, que provocou comoção em todo o mundo, quando foi transmitido em direto, levou mecenas a prometer a doação de mais de 900 milhões de euros para o seu restauro.

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que a reconstrução duraria cinco anos.

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