ONU denuncia situação de marinheiros retidos no mar devido à pandemia

O secretário-geral da ONU denunciou hoje a situação de centenas de milhares de marinheiros retidos nos navios, devido às restrições impostas para evitar a propagação da pandemia de covid-19, e apelou aos governos para que garantam o seu repatriamento.

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Lusa
12/06/2020 17:09 ‧ 12/06/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

António Guterres está "preocupado com a crescente crise humanitária e de segurança" vivida por marinheiros em todo o mundo, informou a organização em comunicado.

"O secretário-geral apela a todos os países para designar formalmente os marinheiros e pessoal associado à marinha mercante como trabalhadores essenciais e garantir que as substituições de tripulação aconteçam e sejam seguras", prossegue o mesmo documento.

O chefe da ONU destacou que, como resultado das restrições às viagens relacionadas com a covid-19, há centenas de milhares de profissionais que estão no mar há meses.

"Sem possibilidade de deixar os navios, o tempo máximo no mar estipulado nas convenções internacionais está a ser ignorado, com alguns marinheiros abandonados no mar durante 15 meses", afirmou.

Conforme explicou, a ONU trabalhou com outras organizações para desenvolver protocolos para a substituição de tripulações respeitando as medidas de precaução sanitárias, documentos que pediu a todos os governos para implementarem.

Guterres recordou que mais de 80% do comércio mundial é transportado por via marítima, incluindo medicamentos essenciais, alimentos e outros produtos essenciais na resposta e recuperação da pandemia.

"O mundo não poderia funcionar sem os esforços dos marinheiros", apontou o secretário-geral, defendendo que esses profissionais merecem "mais apoio em todos os momentos, mas principalmente agora".

 A pandemia de covid-19 já provocou mais de 421 mil mortos e infetou mais de 7,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

 

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