Homem baleado nos EUA durante protestos contra estátua de conquistador

Um homem foi baleado na noite de segunda-feira em Albuquerque, no estado do Novo México, quando manifestantes tentavam derrubar uma estátua de bronze de um conquistador espanhol, disse fonte policial.

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Lusa
16/06/2020 06:50 ‧ 16/06/2020 por Lusa

Mundo

Protestos

 

A vítima foi levada para um hospital, não sendo conhecido o seu estado de saúde, informou o porta-voz da polícia de Albuquerque, Gilbert Gallegos, citado pela agência de notícias Associated Press (AP).

O incidente ocorreu no início de confrontos entre manifestantes e um grupo de homens armados que tentava proteger a estátua de Juan de Onate, explorador espanhol, em frente ao Museu de Albuquerque.

Momentos depois, foram ouvidos tiros na rua e os manifestantes começaram a gritar que alguém tinha sido alvejado.

A polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar os protestos e deteve as pessoas envolvidas no tiroteio.

O incidente deu-se poucas horas depois de manifestantes no norte do Novo México terem celebrado a remoção de outra estátua a cavalo de Juan de Oñate, que estava em exibição num centro cultural da comunidade de Alcalde.

Os funcionários do condado de Rio Arriba decidiram removê-la para a proteger de possíveis danos, depois de uma petição pública exigir que a estátua fosse retirada.

Juan de Oñate (1550-1626), que chegou ao atual Novo México em 1598, foi um explorador espanhol e governador colonial do vice-reino da então Nova Espanha.

O conquistador divide opiniões: é celebrado como uma figura tutelar nas comunidades do Alto Rio Grande, que se orgulham de a sua ascendência remontar a colonos espanhóis, e considerado uma afronta pelos indígenas americanos.

O espanhol ficou conhecido pela chacina de quase um milhar de pessoas e por ter ordenado a amputação do pé direito de quase uma centena de guerreiros tribais cativos, em resposta ao assassínio do sobrinho.

Em 1998, o pé direito de uma estátua de Oñate foi serrado por desconhecidos, evocando esse episódio.

Os protestos antirracismo que começaram nos Estados Unidos após a morte de George Floyd às mãos da polícia, e se espalharam por todo o mundo, estão a levar à remoção de estátuas e símbolos considerados colonialistas e discriminatórios em vários países.

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