"Agora que o ministro Shiri morreu de covid-19, seguiremos as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre como o funeral deve ser realizado", disse Mnangagwa, em declarações publicadas no portal online Herald.
Segundo as mesmas informações, Shiri morreu na manhã de quarta-feira, depois de se ter isolado após a morte de seu motorista no fim de semana passado devido ao novo coronavírus.
No entanto, membros da família do ministro da Agricultura indicaram à comunicação social local que suspeitavam que a morte de Shiri poderia ser o resultado de uma intoxicação alimentar.
Até agora, Perrance Shiri, de 65 anos, é o zimbabueano com o cargo de maior relevo a morrer devido à covid-19, num país com 2.879 casos confirmados e 41 mortes, de acordo com os mais recentes dados oficiais.
Shiri era oficial da força aérea e ministro das Terras, Agricultura e Reassentamento Rural desde dezembro de 2017, após a destituição do então Presidente Robert Mugabe.
O ministro da Agricultura foi uma figura-chave no derrube de Mugabe, Presidente entre 1980 e 2017, e um aliado próximo de Mnangagwa, que na quarta-feira declarou-o um herói.
Este estatuto garantirá ao falecido um funeral com honras militares num santuário especial no centro de Harare.
No entanto, Shiri tem um percurso polémico. Entre 1982 e 1983 foi o comandante da Quinta Brigada, uma unidade especial do Exército formada para reprimir os opositores ao Governo, no centro e oeste do país, numa operação, conhecida como Gukurahundi, em que morreram pelo menos 20.000 civis, segundo organizações dos Direitos Humanos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 667 mil mortos e infetou mais de 17 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em África, há 18.884 mortos confirmados em quase 893 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.