Canal Moçambique:"A nossa linha editorial não se vai curvar perante fogo"
O editor executivo do Canal de Moçambique disse hoje que a linha editorial do jornal "não se vai curvar perante fogo", após um incêndio provocado por fogo posto na redação do semanário em Maputo.
© Reuters
Mundo Moçambique
Matias Guente falava à comunicação social à porta das instalações do Jornal Canal de Moçambique, no centro da capital moçambicana, que ficaram completamente destruídas na noite de domingo.
No interior da redação, cujas portas foram arrombadas, é possível ainda encontrar pequenos recipientes com combustível, o que mostra que o fogo terá sido posto por desconhecidos.
"Isso é um atentado terrorista contra a liberdade de expressão e contra liberdade de imprensa", disse Matias Guente, acrescentando que ficou "tudo reduzido a cinzas".
A administração do semanário está a organizar uma tenda no pátio do jornal para garantir a prestação de serviços mínimos.
"Provisoriamente vamos montar uma tenda aqui, que será o nosso quartel-general, e vamos funcionar na medida do possível , enquanto se encontra uma solução definitiva", acrescentou Guente.
O caso foi remetido à 6.ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM) da Cidade de Maputo, aguardando-se que as autoridades apurem as circunstâncias e os autores do fogo posto.
Várias figuras estiveram na porta das instalações do semanário na manhã de hoje em solidariedade ao órgão.
O Canal de Moçambique é um dos principais semanários do país e tem-se destacado por trabalhar em matérias como corrupção e governação.
O jornal já foi várias vezes alvo de processos judiciais por alegada calúnia e o seu diretor-executivo, Matias Guente, foi recentemente intimado pela Procuradoria-Geral da República para responder a perguntas sobre textos que o semanário escreveu envolvendo contratos na área de segurança entre o Governo e as multinacionais petrolíferas que operam na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
No final do último ano, Matias Guente escapou a uma tentativa de rapto em Maputo, um episódio também ainda por ser esclarecido e que gerou repúdio por parte de várias entidades moçambicanas e internacionais, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia.
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