Estas observações surgem num contexto de tensão, e quando o Irão começou a limitar as inspeções da agência da ONU com sede em Viena, após ter expirado o prazo fixado por Teerão para o levantamento das sanções norte-americanas.
A AIEA tinha já feito referência a esta instalação no seu relatório de novembro, ao considerar "não credíveis" as justificações da República Islâmica.
Trata-se de um armazém do distrito de Turquzabad, na capital.
"A presença de partículas de urânio antropogénico [resultante de atividades humanas], não declaradas pelo Irão, traduz claramente a presença de material nuclear e/ou de um equipamento contaminado pelo material nuclear nesse local", afirma a agência.
"Após 18 meses, o Irão ainda não forneceu as explicações necessárias, completas e tecnicamente credíveis", prossegue a AIEA, precisando que o seu diretor-geral Rafael Grossi, que se deslocou no passado fim de semana a Teerão, reafirmou "a sua inquietação face à ausência de progresso" sobre a questão.
Teerão continua por sua vez a acumular urânio ligeiramente enriquecido, e cuja quantidade ultrapassa em 14 vezes o limite autorizado pelo acordo de 2015, de acordo com este documento que será analisado durante um Conselho de governadores agendado para a próxima semana.
Em resposta à retirada unilateral norte-americana do pacto em 2018, Teerão prescindiu desde 2019 de numerosas limitações que tinha previamente aceitado impor ao seu programa nuclear, em troca da suspensão das sanções.
No início de janeiro o Irão confirmou o reinício do enriquecimento a 20%, e de seguida anunciou a produção de urânio metal para alimentar o seu reator de pesquisa em Teerão, uma matéria que pode ser utilizada no fabrico de armas nucleares.