"Estou com um sentimento de grande satisfação, porque, em todo o país, vi o povo mobilizar-se e participar no processo eleitoral", declarou aos jornalistas o Presidente, depois de ter votado.
Sassou Nguesso, de 77 anos, 36 dos quais no poder, sublinhou que "a campanha eleitoral decorreu num clima de paz", acrescentando: "Eu acredito que este é um bom sinal para a nossa democracia".
"Desejo que o processo se mantenha desta forma até ao fim", continuou o também candidato, referindo-se à fase mais crítica das eleições, o anúncio dos resultados, que suscitou violência em 2016, aquando da sua última reeleição.
Antes da abertura das assembleias de voto, as autoridades cortaram durante a noite o acesso à internet. Também se recusaram a acreditar os observadores da Igreja Católica.
Sassou Nguesso também desejou uma "boa recuperação" ao principal adversário, Guy-Brice Parfait Kolelas, hospitalizado após ter testado positivo aos vírus SAS-CoV-2, que provoca a covid-19, na tarde de sexta-feira, dia em que deveria ter realizado o último comício da campanha eleitoral.
Um avião médico chegou hoje de manhã a Brazzaville e Kolelas, de 60 anos, poderá ser transferido para Paris, durante o dia, indicou o presidente. Uma informação que já tinha sido avançada pelo diretor de campanha de Guy-Brice Parfait Kolelas.
Num vídeo divulgado na sexta-feira nas redes sociais, Kolelas surgia na cama de um hospital com uma máscara de oxigénio e um aparelho de medição de tensão arterial no seu braço.
"Queridos compatriotas, estou com problemas. Estou a lutar com a morte", disse o candidato com uma voz frágil após ter removido a máscara de oxigénio. "No entanto, peço que se mantenham mobilizados e votem pela mudança. Não combati para que nada acontecesse".
O atual Presidente, Sassou Nguesso, enfrenta hoje seis adversários, cujas candidaturas foram validadas pelo Tribunal Constitucional, há apenas um mês (17 de fevereiro).
Nos últimos dias, Guy Kolelas foi particularmente crítico face ao atual chefe de Estado, ao declarar que a República do Congo se tornou num "Estado policial".
Nguesso é o terceiro Presidente de África com mais tempo no poder, ao dirigir o país entre 1979 e 1992, e de novo desde 1997, num país frequentemente eclipsado pelo seu vasto vizinho, a República Democrática do Congo (ex-Zaire).
Desde o início da pandemia, a República do Congo regista menos de 10.000 casos confirmados de covid-19 e 134 mortes.
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