"Ficamos a saber com preocupação que Israel começou a disparar com tanques e artilharia em Gaza. Convidamos a comunidade internacional a agir rapidamente contra esses ataques, que causarão mais mortes de civis", referiu num comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.
Na noite de quinta-feira, o exército israelita anunciou que tropas tinham penetrado na Faixa de Gaza, no âmbito de uma operação militar contra o movimento islâmico xiita Hamas, mas mais tarde anunciou que afinal os seus soldados não tinham entrado no enclave, atribuindo a confusão a um problema de "comunicação interna".
Na nota hoje divulgada, o Governo turco denunciou o que descreve como "ataques indiscriminados" do exército israelita contra a população civil palestiniana, contra centros escolares do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e também contra um grupo de jornalistas da agência oficial turca Anadolu.
Apesar do atual confinamento para combater a pandemia do SARS-CoV-2, milhares de pessoas manifestaram-se esta semana nas principais cidades da Turquia contra a ocupação israelita da parte oriental de Jerusalém e os bombardeamentos contra a Faixa de Gaza.
A Turquia mantém relações diplomáticas e comerciais com Israel há décadas, especialmente no campo da tecnologia militar.
Pelo menos 119 pessoas morreram na Faixa de Gaza, incluindo 31 menores, desde o início dos combates entre Israel e grupos palestinianos na segunda-feira, anunciou hoje o Ministério da Saúde do governo do Hamas.
Entre os mortos estão 19 mulheres e o número de palestinianos feridos subiu para 830, declarou o porta-voz do Ministério da Saúde no enclave, Ashraf Al-Qedra.
No total, nove pessoas morreram em Israel, sete delas com o impacto de projéteis e duas após caírem quando corriam em direção aos abrigos antiaéreos.
As hostilidades entre Israel e o Hamas iniciaram-se na segunda-feira após semanas de tensões israelo-palestinianas em Jerusalém Oriental, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar sagrado do islão junto ao local mais sagrado do judaísmo, nesta zona da cidade ilegalmente ocupada e anexada pelo Estado hebreu, de acordo com a lei internacional.
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