"Nas manobras [...] participam 15.000 efetivos militares, 300 tanques e outros veículos blindados, 400 peças de artilharia e lançadores de mísseis de diversos calibres, morteiros e armas antitanque, bem como 50 aviões e 'drones' [aparelhos voadores não tripulados]", indicou o Ministério azeri da Defesa, num comunicado.
No comunicado é adiantado que os exercícios militares, que se prolongarão até 20 deste mês, têm por objetivo fortalecer a cadeia de comando e testar a deslocação de tropas, "tendo em consideração a experiência acumulada durante a guerra de Nagorno-Karabakh", bem como aperfeiçoar a interação entre os vários tipos de contingentes.
Por seu lado, a porta-voz do Ministério azeri dos Negócios Estrangeiros, Leila Abdulayeva, considerou "infundados" os protestos da Arménia, que, quarta-feira, denunciou a incursão de um número indeterminado de militares azeris em território arménio.
"As declarações da Arménia de que o Azerbaijão supostamente violou as suas fronteiras são absolutamente infundadas. O Azerbaijão continua a fortalecer o sistema de proteção das suas fronteiras no âmbito da sua integridade territorial", sublinhou a porta-voz, citada num comunicado do ministério.
Segundo Abdulayeva, os exercícios militares são um processo que se realiza com base em "mapas de ambas as partes", destacando que o Azerbaijão sempre respeitou "a soberania, a integridade territorial e as fronteiras reconhecidas internacionalmente".
Face à recusa das forças azeris em se retirarem da área de fronteira, a Arménia solicitou sexta-feira a ajuda militar da Rússia, em conformidade com o acordo de assistência mútua entre os dois países.
Numa reunião extraordinária no Parlamento de Erevan, o primeiro-ministro em funções da Arménia, Nikol Pashinian, denunciou que as Forças Armadas azeris penetraram cerca de 3,5 quilómetros no sul do país, embora se tenham comprometido a abandonar o território.
"Mas o acordo foi apenas parcialmente cumprido", disse Pashinian, que anunciou a 25 de abril passado a demissão, continuando a exercer o cargo de forma interina até às eleições legislativas de junho.
Pashinian indicou também ter dado instruções para iniciar as consultas na Organização do Tratado de Segurança Coletiva pós-soviética devido à incursão dos militares azeris.
Segundo o Ministério arménio dos Negócios Estrangeiros, o Presidente do Tajiquistão, Emomali Rakmov, que detém a presidência rotativa da aliança militar pós-soviética, já recebeu o pedido e decretou que se dê início a consultas no âmbito do grupo que integra também Rússia, Arménia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão.
A União Europeia também descreveu os acontecimentos na fronteira entre a Arménia e o Azerbaijão como "preocupantes" e apelou a ambas as partes para que exerçam "o máximo de contenção e reduzam a escalada" da tensão.
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