As datas deste julgamento, que será realizado num tribunal especial em Paris, foram comunicadas hoje a todos os advogados do caso e confirmadas à agência de notícias AFP por uma fonte judicial.
Em 14 de julho de 2016, Mohamed Lahouaiej Bouhlel, um tunisino de 31 anos que morava em Nice, conduziu um camião contra uma multidão reunida à beira-mar, na Promenade des Anglais, em Nice, durante o feriado nacional francês.
Oitenta e seis pessoas de 19 nacionalidades diferentes, incluindo uma dúzia de crianças, morreram neste ataque.
Mohamed Lahouaiej Bouhlel foi morto por polícias e, agora, o tribunal especial examinará as responsabilidades de outras oito pessoas, membros do seu grupo e intermediários de tráfico de armas.
Os três principais arguidos, Chokri Chafroud, Ramzi Arefa e Mohamed Ghraieb, vão ser julgados por "associação criminosa terrorista".
As partes civis exigiram uma acusação mais pesada, de "cumplicidade" nos crimes cometidos por Lahouaiej Bouhlel, o que poderá levar à prisão perpétua.
Mas os três homens, que alegam inocência, não tinham, de acordo com os juízes de instrução, "conhecimento preciso do projeto terrorista" ou do "momento da sua realização".
Mohamed Ghraieb foi libertado em 2019 sob supervisão judicial e os outros dois encontram-se em prisão preventiva.
Em relação aos outros cinco suspeitos, incluindo uma mulher, envolvidos no circuito de armas, as investigações não conseguiram demonstrar que tinham conhecimento do ataque planeado por Lahouaiej Bouhlel, pelo que a acusação de terrorismo foi descartada.
Um deles está em fuga e outro, um albanês de 28 anos, foi detido em abril, em Itália. Um primo deste último, também detido em 2016 no âmbito deste caso, suicidou-se na prisão em 8 de junho de 2018.
Pelo menos 865 pessoas ou associações - Mémorial des Anges, Promenade des Anges, Life for Nice, Fenvac - tornaram-se partes civis neste julgamento deste o atentado, que suscitou emoção internacional.