ONG acusa países europeus de travarem negociações sobre patentes

A União Europeia, o Reino Unido, a Suíça e a Noruega estão a tentar travar as negociações na Organização Mundial do Comércio para a suspensão de patentes de vacinas e outras ferramentas contra a covid-19, disse hoje uma organização.

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Lusa
07/06/2021 11:36 ‧ 07/06/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

Segundo um comunicado da organização não-governamental Médicos sem Fronteiras (MSF), as nações europeias estão "a usar táticas para protelar o pedido feito há oito meses à Organização Mundial do Comércio (OMC) para a suspensão das patentes das vacinas.

E isto acontece, sublinham os MSF, "num momento crítico da pandemia", que já causou 3,72 milhões mortes.

Enquanto a proposta dos 60 países em desenvolvimento (iniciada pela Índia e África do Sul em outubro de 2020 e modificada no mês passado) pede uma suspensão das patentes e outras ferramentas contra a covid-19 por pelo menos três anos, a contraproposta europeia apresentada pede apenas para "flexibilizar" as regras comerciais de propriedade intelectual.

A proposta europeia "não traz nada de novo e na realidade é uma manobra para atrasar o processo de negociação", insistiu a MSF, pedindo aos países europeus que parem de travar o processo de negociação.

A ONG enfatizou que, na resposta atual à covid-19, existem práticas monopolistas que devem ser suspensas "para garantir o acesso a ferramentas médicas críticas contra a covid-19 a todos que delas necessitam, independentemente de onde morem".

A responsável pelo departamento médico internacional da MSF, María Guevara, destacou que nos últimos meses a situação de emergência se tornou evidente em países como Índia, Brasil ou Peru, onde ocorreram graves ondas de infeções num momento de acesso insuficiente às vacinas ou aos tratamentos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.723.381 mortos no mundo, resultantes de mais de 172 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

 

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