"A China opõe-se a todos os tipos de palestras hipócritas sobre estes assuntos. A determinação da China em salvaguardar a sua soberania é inabalável", disse Wang a Borrel, numa conversa por telefone, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.
Wang acrescentou que os "dois lados devem procurar um terreno comum para resolverem as suas diferenças. O entendimento mútuo deve ser alcançado e os obstáculos removidos para promover um relacionamento saudável", frisou.
O Parlamento Europeu (PE) aprovou na quinta-feira uma resolução que apela à "libertação dos jornalistas detidos, do jornal Apple Daily, de Hong Kong", que encerrou no mês passado, após ter sido acusado de publicar artigos que violavam a lei de segurança nacional, que Pequim impôs a Hong Kong.
O PE também exigiu a libertação de ativistas e representantes políticos que, como referiu, "simplesmente exerceram o seu direito à liberdade de expressão".
A conversa entre os dois representantes ocorreu depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, terem apoiado a ratificação do acordo de investimentos entre a China e a UE, esta semana, numa videoconferência com o líder chinês, Xi Jinping.
De acordo com o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Borrell disse que a "entrada em vigor do acordo de investimentos é do interesse de ambas as partes e espera-se que trabalhem nesse sentido".
No entanto, acrescentou que a "UE acredita que as regras internacionais se referem à Carta das Nações Unidas e à Declaração dos Direitos do Homem", embora "Bruxelas não pretenda participar em confrontos institucionais".
"A Europa segue os seus valores, mas não concorda com a imposição de sanções unilaterais a outros países. A UE respeita a soberania e a integridade territorial da China e não apoia a independência de Hong Kong", apontou Borrell, segundo a mesma nota.
O acordo de investimento entre as duas partes parece ter encalhado no processo de ratificação europeia, à medida que os Estados Unidos pressionam Bruxelas a cerrar fileiras em várias esferas, da diplomacia à economia, no confronto com a China.
A UE sancionou quatro funcionários e uma entidade chinesa, em 22 de março passado, por violações dos Direitos Humanos da minoria étnica de origem muçulmana uigure, em Xinjiang, região do extremo noroeste da China.
As sanções, que seguiram uma decisão semelhante dos Estados Unidos, foram as primeiras da UE contra a China desde o massacre da Praça Tiananmen, em 1989.
Pequim respondeu, por sua vez, sancionando dez europeus, metade deles eurodeputados, e quatro entidades, ao mesmo tempo que convocou o embaixador da UE na China, Nicolas Chapuis, para apresentar uma queixa formal a Bruxelas.