"Formou-se um Conselho de Coordenação depois da saída de Ashraf Ghani e de outros responsáveis do país, para uma melhor gestão dos assuntos da paz e da transição pacífica (do poder)", indicou num comunicado Hamid Karzai, ex-presidente e membro do novo conselho.
Além de Karzai, a equipa que preparará a entrega do poder aos talibãs, após 20 anos de guerra, integra o presidente do Conselho Superior para a Reconciliação Nacional, Abdullah Abdullah, e o líder do partido Hezb-e-Islami e ex-senhor da guerra, Gulbuddin Hekmatyar.
O presidente afegão concedeu no sábado "autoridade plena" ao grupo durante uma reunião no Palácio Presidencial, quando se previa que viajaria para Doha para negociar com os rebeldes uma solução política para o conflito, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
Ghani e vários dos seus colaboradores mais próximos no governo abandonaram hoje o país em segredo, quando os talibãs já cercavam Cabul e sem informar a nação ou apresentar a renúncia publica, refere a EFE.
Numa primeira medida, o Conselho apelou quer às forças governamentais quer aos talibãs para darem mostras de "tolerância" e evitarem qualquer tipo de confrontos e atos destrutivos em Cabul.
Após uma grande ofensiva iniciada em maio, os talibãs estarão prestes a retomar o poder no Afeganistão, que governaram de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da 'sharia' (lei islâmica).
Um porta-voz do movimento rebelde disse à BBC que este pretende assumir o poder no Afeganistão "nos próximos dias" através de uma transição "pacífica".
Leia Também: Retirada de ocidentais. NATO envolvida na segurança do aeroporto de Cabul