Afeganistão. ONU alerta para "catástrofe humanitária"

A ONU sublinhou hoje que uma "catástrofe humanitária" aguarda os afegãos este inverno se a comunidade internacional não fizer das suas vidas uma prioridade, doando fundos para fornecer mais ajuda ao Afeganistão.

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Lusa
24/08/2021 17:24 ‧ 24/08/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

Numa conferência de imprensa 'online' a partir de Genebra, a diretora-adjunta regional do Programa Alimentar Mundial (PAM) para a Ásia-Pacífico, Anthea Webb, declarou que a organização conseguiu enviar esta semana para o Afeganistão 600 toneladas de alimentos e ajudar 80.000 pessoas no país.

Este número soma-se aos mais de cinco milhões de pessoas que o PAM já ajudou desde o início deste ano.

O Afeganistão caiu nas mãos dos talibãs após uma ofensiva fulgurante, antes mesmo de terminar o prazo fixado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, para a retirada dos últimos militares norte-americanos do país, 31 de agosto.

A ONU apelou aos talibãs para garantirem o acesso humanitário.

Hoje, o PAM instou a comunidade internacional a acelerar as operações destinadas a criar reservas de provisões para o inverno que se aproxima.

"Habitualmente, nesta época do ano, o PAM está ocupado a acumular reservas de alimentos em armazéns e nas comunidades de todo o Afeganistão, que são depois distribuídas às famílias afegãs necessitadas antes que estas fiquem isoladas pelos violentos nevões do inverno", declarou Anthea Webb.

"Este ano, contudo, com níveis de financiamento baixos e necessidades acrescidas, corremos o risco de ficar sem o nosso principal abastecimento -- farinha de trigo -- já em outubro. Só nos restam algumas semanas para obter o financiamento necessário dos doadores e criar reservas alimentares antes de os caminhos montanhosos ficarem bloqueados pela neve", explicou.

Assim que a neve chegar, será simplesmente demasiado tarde para ajudar a população afegã, alerta o PAM, segundo o qual uma pessoa em cada três passa fome no Afeganistão.

Além do conflito, o país enfrenta há vários anos uma seca severa, e a pandemia de covid-19 agravou a situação humanitária.

"Sabemos como impedir uma emergência alimentar apesar dos desafios atuais - trabalhamos no Afeganistão desde 1963, incluindo durante o anterior regime dos talibãs. Neste momento, precisamos de 200 milhões de dólares (170 milhões de euros) para fornecer uma ajuda vital antes que seja demasiado tarde", frisou a responsável do PAM.

Leia Também: Rússia apoia negociações na ONU para chegar a acordos com talibãs

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