Os haitianos, cujas embarcações chegaram à costa cubana nos últimos dias, "receberam todos os cuidados necessários, incluindo assistência médica, e permanecem alojados em várias instalações equipadas para o efeito", de acordo com um comunicado de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros cubano.
Sem especificar o número de migrantes atendidos, o documento acrescenta que o gabinete do ministro já está em contacto com o governo haitiano para gerir e assegurar o "regresso seguro e voluntário destas pessoas ao seu país".
O governo cubano indicou também que os haitianos chegaram ao país em embarcações através de províncias das regiões central e oriental e que o propósito era chegarem aos Estados Unidos.
O Haiti, o país mais pobre da América, tem 'empurrado' para fora do país os seus cidadãos devido a uma situação económica, política e de segurança em deterioração, além dos desastres naturais, nomeadamente o terramoto de 2010.
O primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, advertiu no sábado nas Nações Unidas que a migração "não vai parar" enquanto persistirem as disparidades entre países ricos e pobres, como o seu.
Na semana passada, o enviado dos Estados Unidos para o Haiti, Daniel Foote, pediu demissão do cargo e denunciou as expulsões "desumanas" feita pelo Governo norte-americano de milhares de migrantes haitianos.
Democratas e muitos grupos pró-imigração dizem que os esforços para expulsar milhares de haitianos sem possibilidade de pedir asilo constitui uma violação dos princípios norte-americanos e a grave situação foi alimentada por imagens, que se tornaram virais, de agentes da polícia de fronteira a cavalo a usar táticas agressivas contra os migrantes.
No seguimento dessas imagens, o secretário da Segurança Nacional dos Estados Unidos ordenou uma rápida investigação à "violência desnecessária" utilizada por agentes da polícia de fronteira norte-americana.
Aos problemas políticos e à insegurança que já afetavam o Haiti, juntou-se em agosto um forte sismo que devastou o sudoeste do país, matando mais de 2.200 pessoas.
Cerca de 650.000 pessoas, entre as quais 260.000 crianças e adolescentes, continuam a necessitar de "ajuda humanitária de emergência", segundo a UNICEF.
Mais de 1,3 milhões de migrantes foram detidos na fronteira com o México desde a chegada de Joe Biden à Casa Branca, em janeiro deste ano, um nível inédito nos últimos 20 anos.
A oposição republicana acusa há meses o Presidente Biden de ter causado uma "crise migratória" ao aligeirar as medidas do seu antecessor, Donald Trump, que fez do combate à imigração ilegal o seu cavalo de batalha logo desde a primeira campanha presidencial, prometendo a construção de um muro na fronteira com o México, e tentando, ao longo do seu mandato, concretizar a promessa.
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