O governo sul-africano considerou, esta sexta-feira, "precipitadas" as restrições aos voos oriundos deste país e de outros do sul de África que têm vindo a ser aprovadas por vários Estados após a identificação de uma nova variante do coronavírus neste país africano.
A Ministra das Relações Internacionais e Cooperação, Naledi Pandor, emitiu um comunicado após o primeiro anúncio de encerramento de fronteiras - pelo Reino Unido -, no qual assegurou que "parece uma decisão precipitada" num momento em que a Organização Mundial de Saúde ainda não estabeleceu os passos a seguir.
“A nossa preocupação imediata é o dano que esta decisão causará à indústria do turismo e às empresas de ambos os países”, disse, referindo-se às relações entre a África do Sul e o Reino Unido. O governo sul-africano estabeleceu contactos com as autoridades britânicas para as exortar a reconsiderar a decisão e solicitou uma reunião urgente do grupo de trabalho da OMS sobre a evolução da pandemia para abordar a nova variante.
Depois do Reino Unido e de Israel, vários países, como Alemanha e Itália, anunciaram restrições de voos semelhantes na sexta-feira. A OMS já veio dar conta de que não aconselha as restrições que estão a ser impostas, pelo menos nesta fase em que ainda não se sabe o suficiente sobre a variante.
A B.1.1.529, como é chamada, foi identificada esta semana por cientistas sul-africanos após um aumento incomum de casos de coronavírus em Pretória e Joanesburgo a meio deste mês. Até esta quinta-feira, 77 casos foram detetados na África do Sul, quatro no Botswana, um em Hong Kong - um homem de 36 anos que viajou da África do Sul - e outro em Israel, de um viajante do Malawi.
A grande preocupação dos cientistas em relação à variante é que possui mais de 30 mutações e várias delas sugerem que se transmite com muita facilidade e que é resistente às vacinas, embora dada a sua deteção precoce ainda seja muito cedo para saber como funciona exatamente.
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